quinta-feira, 20 de novembro de 2008

SIMPLEXICOMPLIFICAÇÃO TEIMOSA

Na conferência de imprensa da Sra. Ministra, após a realização do Conselho de Ministros Extraordinário, assistimos, apenas, à tentativa de recolha dos "cacos", fragmentos bem mais esboroados do que pensam os responsáveis da 5 de Outubro. Tratou-se de uma manobra política com o objectivo de deixar transparecer que se cedeu, sem ceder, ou que não se cedeu demonstrando as virtualidades simplex, que podem até complexificá-lo nalguns aspectos.

No que ao processo de avaliação diz respeito, não há outra solução que não seja a suspensão do modelo, na medida em que este continua a prever a "discriminação negativa" através do estabelecimento de quotas, só aparentemente alivia a carga burocrática e não serve os objectivos de avaliação voltada para a melhoria das práticas.
Tal como MLR afirmou, NADA de substancial foi alterado. Agora, com os ajustamentos feitos pelo ME para tentar acalmar os professores e as escolas em ano de eleições, só os professores que requererem a observação de aulas poderão aspirar à classificação de Muito Bom e de Excelente! Esquece, MLR de referir que as quotas se mantêm e que haverá professores avaliadores com menos habilitações a avaliar professores que investiram mais na carreira e que têm, inclusive, Doutoramentos. Esquece MLR de referir que, por esse país fora, há muitas escolas que não têm professores avaliadores da mesma área disciplinar e que, portanto, o seu ajustamento é pura falácia. Esquece MLR de referir que nenhum professor quer avaliar o colega do lado, pois não foi essa a sua vocação e orientação quando escolheu, simplesmente, ser professor! Esquece MLR de referir que na grande maioria das escolas, os avaliadores são os menos experientes e são os mais novos. Há ex-estagiários a avaliar os seus ex-orientadores! Há ex-alunos a avaliar os seus ex-professores! TODOS os professores têm a obrigação de se manter unidos e defender uma avaliação justa e imparcial em TODAS as escolas e não apenas em algumas! Esquece MLR de referir que os professores não querem a divisão da carreira em duas e que essa é a origem do grande clima de mal-estar sentido e vivido nas escolas! As alterações anunciadas não satisfazem as reivindicações dos professores, pelo que se mantém a exigência da suspensão imediata deste modelo de avaliação. A simplificação anunciada em nada altera a natureza do modelo, economicista e punitivo, tal como, aliás, foi referido pela Ministra da Educação! MLR insiste na divisão de professores tentando, agora, seduzir os avaliadores com a diminuição da carga horária e convidando-os, assim, a ficarem do seu lado! Quem são os avaliadores que aceitam dizer sim a MLR e não aos professores? Depois da união conseguida entre os professores, não devemos agora desperdiçar a nossa força, aceitar a divisão e deixar que alguns façam Entendimentos com MLR sejam eles, sindicatos ou, simplesmente, professores avaliadores e/ou Conselhos Executivos. Continuamos, por isso, todos a ter a obrigação de esclarecer o País e a Comunicação Social através de todos os meios de que dispomos! E, enquanto não houver justiça, temos o dever de resistir até ao último sopro das nossas forças!

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