quinta-feira, 13 de novembro de 2008

SÓ ASSIM É POSSIVEL



ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O MOVIMENTO DE RESISTÊNCIA AO SISTEMA DE AVALIAÇÃO DO ME

1. A falta de um acompanhamento sindical de proximidade e a ausência de orientações claras sobre o que fazer e como fazer podem conduzir a campanha da não participação neste modelo de avaliação ao mesmo resultado que teve a campanha da não participação nos Conselhos Gerais Transitórios.

2. Depois de 120 mil professores se terem manifestado para exigir a suspensão do modelo de avaliação imposto pelo ME, faz pouco sentido continuarem os mesmos professores a aprovar moções, nas suas escolas, pedindo a suspensão da avaliação, a quem responde todos os dias que o processo é para continuar, custe o que custar.

3. Na Resolução aprovada no final dessa Manifestação ficou bem claro que a continuação da luta passa, agora, pela não participação em qualquer actividade relacionada com a aplicação desse modelo.

4. O caminho mais fácil para atingir esse objectivo seria a suspensão do processo pelos Conselhos Executivos, o que não acontecerá, porque a esmagadora maioria dos Presidentes, mesmo os de esquerda, têm medo das consequências disciplinares desse acto, não arriscando perder um cargo que, ainda por cima, sendo aplicado este modelo, lhes dará novos e maiores poderes.

5. Assim sendo, só resta aos professores, através de gestos individuais combinados colectivamente, rejeitar o sistema não participando nele.

6. Estão já em curso duas actividades decisivas para a implantação do modelo: a entrega dos objectivos individuais e as aulas assistidas.

7. O movimento para a não entrega dos objectivos individuais pode ser desencadeado, de uma forma simples e rápida, a partir de um abaixo-assinado, em que os subscritores declaram publicamente essa intenção e os motivos que a justificam, sendo fundamental para o êxito desta estratégia a adesão da maioria dos professores de cada escola.

8. Não será tão simples o boicote às aulas assistidas, na medida em que, em muitos casos, a única forma possível de o fazer seria faltando, ao abrigo da lei da greve.

9. Para isso, seria necessário que alguns ou todos os sindicatos decretassem greve até ao final do 1º período, proporcionando aos professores a possibilidade de usarem esse direito sempre que tiverem aulas assistidas.

10. Sendo todas estas metodologias de acção tão necessárias como polémicas, é de toda a conveniência e urgência que os professores discutam estas questões e façam chegar o seu acordo ou desacordo às direcções sindicais, o mais depressa possível, tendo em conta que nalgumas escolas já terminaram os prazos de entrega dos objectivos e começaram as aulas assistidas.


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