domingo, 30 de novembro de 2008

"Ovação" à ministra

3 GREVE NACIONAL - 6 ENCONTRO NACIONAL DE ESCOLAS EM LUTA





GREVE NACIONAL DE PROFESSORES

3 DE DEZEMBRO DE 2008 - 4ª FEIRA

NÃO PODEMOS BAIXAR OS BRAÇOS !

As notícias do Governo e do ME atentam à desmobilização da Greve!

No dia 3 juntem-se e escolham os vossos representantes para o Encontro Nacional de Escolas em Luta a decorrer no dia 6!
A adesão tem sido enorme! De Norte a Sul do país teremos os representantes de escolas com vontade de concertar esforços!
Apelamos aos agrupamentos que ainda não fizeram a sua inscrição que o façam rapidamente!
A inscrição deverá ser feita para o endereço eneluta@gmail.com com: nomes de 2 participantes / escola / telemóvel

Recordamos que o local do Encontro é em LEIRIA, no TEATRO JOSÉ LÚCIO DA SILVA, entre as 10h e as 17h.
Sublinhamos que uma das intenções deste Encontro é canalizar as energias adquiridas na luta contra o modelo de avaliação para derrubarmos o Estatuto da Carreira Docente.


TODOS JUNTOS POR UMA GREVE TOTAL DOS PROFESSORES E EDUCADORES

PARTICIPA ACTIVAMENTE !



Movimento Professores Revoltados Integra a A.P.E.D.E. desde a sua formação!


AGENDA DE LUTA :

3 Dezembro - Greve Nacional dos Educadores e Professores

4/5 Dezembro - Vigília permanente no Ministério da Educação

6 Dezembro - Encontro Nacional de Escolas em Luta (Leiria, 10h, Teatro José Lúcio da Silva)

9 Dezembro - Greve região Norte
10 Dezembro - Greve região Centro
11 Dezembro - Greve região Grande Lisboa
12 Dezembro - Greve região Sul

19 Janeiro - Nova Greve Nacional

O que interessa são os resultados....

(onde é que eu já vi isto???)


>
>
> Era uma vez uma aldeia onde viviam dois Homens que tinham o mesmo
> nome: Joaquim Gonçalves.
>
> Um era sacerdote e o outro, taxista.
>
> Quis o destino que morressem no mesmo dia.
>
> Quando chegaram ao céu, São Pedro esperava-os..
>
> - O teu nome ?
>
> - Joaquim Gonçalves.
>
> - És o sacerdote ?
>
> - Não, o taxista.
>
> São Pedro consulta as suas notas e diz:
>
> - Bom, ganhaste o paraíso. Levas esta túnica com fios de
> ouro e este ceptro de platina com incrustações de rubis.
> Podes entrar.
>
> - O teu nome ?
>
> - Joaquim Gonçalves.
>
> - És o sacerdote ?
>
> - Sim, sou eu mesmo.
>
> - Muito bem, meu filho, ganhaste o paraíso. Levas esta
> bata de linho e este ceptro de ferro.
>
> O sacerdote diz:
>
> - Desculpe, mas deve haver engano. Eu sou o Joaquim
> Gonçalves, o sacerdote!
>
> - Sim, meu filho, ganhaste o paraíso. Levas esta bata
> de linho e...
>
> - Não pode ser! Eu conheço o outro senhor. Era taxista,
> vivia na minha aldeia e era um desastre! Subia os passeios, batia
> com o carro todos os dias, conduzia pessimamente e assustava as
> pessoas. Nunca mudou, apesar das multas e repreensões
> policiais.E quanto
> a mim, passei 75 anos pregando todos os domingos na paróquia.
> Como é que ele recebe a túnica com fios de ouro e eu... isto?
>
> - Não é nenhum engano - diz São Pedro. - Aqui no céu,
> estamos a fazer uma gestão mais profissional, como a que
> vocês fazem lá
> na Terra.
>
> - Não entendo!
>
> - Eu explico. Agora orientamo-nos por objectivos. É assim:
> durante os últimos anos, cada vez que tu pregavas, as pessoas
> dormiam. E cada vez que ele conduzia o táxi, as pessoas começavam a
> rezar.
> Resultados! Percebeste? Gestão por Objectivos! O que
> interessa são os resultados, a forma de lá chegar é completamente
> secundária....!
>
>
>

Na Finlândia, os professores ...

Na Finlândia, os professores têm uma tarde livre para trabalharem em conjunto: planificam, trocam materiais e elaboram recursos didácticos de forma cooperativa. A ênfase está na atitude colaborativa e no apoio aos alunos que estão a ficar para trás. Não há exames nacionais, os resultados das avaliações externas das escolas não são tornados públicos, não há rankings de escolas e um em cada três alunos recebe aulas de apoio.

Na Finlândia, os professores são muito bem pagos, a profissão é socialmente muito valorizada, não existe um sistema formal de avaliação de desempenho dos professores, não existe um Ministério da Educação com poderes curriculares e pedagógicos sobre as escolas, o currículo nacional é mínimo, a autonomia das escolas é grande, os planos de estudos incluem menos disciplinas do que em Portugal, o número de aulas por semana é menor e as aulas têm 45 minutos. Como se vê, é tudo ao contrário de Portugal.
Quem é que Portugal tem copiado? Na avaliação dos professores, Portugal copiou o Chile,
Na centralização curricular e pedagógica, inspirou-se na França. Na avaliação externa das escolas, foi buscar o modelo britânico. Ou seja, Portugal tem vindo a copiar os países com piores resultados escolares.

Recordam-se?! Continua actual.

sábado, 29 de novembro de 2008

E depois da Magalhoa... ele aí está!!! O MANGALHÕES

A forma de aderir à greve e as suas consequências.


GREVE - Perguntas frequentes

Por vezes, porventura procurando condicionar o direito à Greve, alguns serviços e/ou dirigentes da administração educativa informam incorrectamente os educadores e professores sobre os procedimentos a adoptar em dia de Greve. Para que não restem dúvidas sobre a forma de aderir à Greve e as suas consequências, respondemos a algumas das perguntas que mais frequentemente surgem:

1. Os professores têm de pedir autorização ou comunicar previamente a sua adesão à Greve?

- NÃO! Como é óbvio, a adesão à Greve não carece de autorização nem de comunicação prévia. Esta comunicação é feita pelos Sindicatos que, nos termos da Lei, entregam no Ministério da Educação, entre outros organismos, um Pré-Aviso de Greve.

2. Tem de se ser sindicalizado para poder aderir à Greve?

- NÃO! De facto, só as organizações sindicais têm capacidade para convocar uma Greve; porém, fazendo-o, o Pré-Aviso entregue às entidades patronais abrange todos os profissionais, independentemente de serem ou não sindicalizados.

3. Um professor contratado em oferta de escola pode aderir à Greve?

- SIM! Qualquer educador ou professor, qualquer que seja a sua situação profissional, pode aderir à Greve.

4. Um professor a leccionar turmas de cursos profissionais, cursos CEF ou cursos EFA pode aderir à Greve?

- SIM! Estes professores, como quaisquer outros docentes, podem aderir à Greve. Contudo, devido à especificidade da legislação que regula estes cursos, poderá ser-lhes exigida a leccionação posterior das aulas não dadas em dia de Greve. Neste caso, devem estes docentes requerer o pagamento desse serviço como extraordinário, para o que viremos a disponibilizar uma minuta específica.

5. Um professor pode decidir aderir à Greve apenas no próprio dia?

- SIM! Pode mesmo acontecer que o docente já esteja no local de trabalho ou até tenha iniciado a actividade e, em qualquer momento, decida aderir à Greve.

6. O professor tem de estar no local de trabalho durante o período de Greve?

- NÃO! No dia de Greve o professor não tem de se deslocar à escola, embora, se o quiser fazer, não possa ser impedido.

7. O professor que adira à Greve tem que deixar plano(s) de aula(s)?

- NÃO! A suposta necessidade de deixar um plano de aula é uma verdadeira anedota! A exigência de tal plano seria, aliás, uma grosseira violação da lei, pois seria uma forma indirecta de tentar fazer um levantamento prévio da adesão à greve, algo não permitido pelo Código do Trabalho.

8. Os membros dos órgãos de gestão podem aderir à Greve não comparecendo na escola?

- SIM! A forma de aderir à Greve por parte dos membros dos órgãos de gestão é a mesma que foi referida para qualquer outro docente, não estando obrigados à prestação de nenhum tipo de serviço ou tarefa.

9. O professor tem de justificar a ausência ao serviço em dia de Greve?

- NÃO! No dia da Greve, só tem de justificar a ausência ao serviço quem tiver faltado por outras razões. Quem adere à Greve não deve entregar qualquer justificação ou declaração.

10. Pode alguém ter falta injustificada em dia de greve?

- NÃO! Os serviços são obrigados a presumir a adesão à greve de quem, tendo faltado, não tenha justificado a falta ao abrigo de qualquer outro motivo.

11. Um trabalhador em greve pode ser substituído?

- NÃO! É ilegal a substituição de qualquer trabalhador em greve por outro que nesse dia não adira à greve. No entanto, um professor que no seu horário tenha substituições, deve (se não aderir à Greve) efectuar o seu trabalho!

12. A adesão à Greve fica registada no Processo Individual do Professor?

- NÃO! É expressamente proibida qualquer anotação sobre a adesão à Greve, designadamente no Registo Biográfico dos professores. As faltas por adesão à greve, a par de outras previstas na lei, são apenas consideradas para efeito estatístico.

13. Pode ser feito algum tipo de levantamento ou listagem nominal de adesão à greve?

- NÃO! Tal é expressamente proibido e constituiria uma grosseira violação da lei e da própria Constituição da República Portuguesa, obviamente punível.

14. Há alguma penalização na carreira pelo facto de um professor ter aderido à Greve?

- NÃO! A adesão à Greve não é uma falta, mas sim a quebra do vínculo contratual durante o período de ausência ao serviço, encontrando-se "coberta" pelo Pré-Aviso entregue pelas organizações sindicais. Daí que não haja qualquer consequência na contagem do tempo de serviço para todos os efeitos legais (concursos, carreira ou aposentação), nas bonificações previstas na lei ou no acesso a todas as regalias e benefícios consagrados no estatuto da carreira docente ou no regime geral da Administração Pública. A única consequência é o não pagamento do vencimento desse dia e do subsídio de refeição pela entidade patronal.

15. O dia não recebido é considerado para efeitos de IRS?

- NÃO! No mês em que for descontado esse dia de Greve (deverá ser no próprio mês ou, na pior das hipóteses, no seguinte) o cálculo de desconto para o IRS e restantes contribuições será feito, tendo por referência o valor ilíquido da remuneração processada, portanto, não incidindo no valor que não é recebido.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Milú, onde metes tu tanta água???







"A INÚTIL"(professora) escreveu a Miguel Sousa Tavares

Vale a pena ler, muito bem respondido.


>
> 'A inútil' escreveu assim a Miguel de Sousa Tavares :
>
> sobre os Professores
>
> É do conhecimento público que o senhor Miguel de Sousa Tavares considerou
> 'os professores os inúteis mais bem pagos deste país.' Espantar-me-ia uma
> afirmação tão generalista e imoral, não conhecesse já outras afirmações que
> não diferem muito desta, quer na forma, quer na índole. Não lhe parece que
> há inúteis, que fazem coisas inúteis e escrevem coisas inúteis, que são
> pagos a peso de ouro? Não lhe parece que deveria ter dirigido as suas
> aberrações a gente que, neste deprimente país, tem mais do que uma sinecura
> e assim enche os bolsos? Não será esse o seu caso? O que escreveu é um
> atentado à cultura portuguesa, à educação e aos seus intervenientes, alunos
> e professores. Alunos e professores de ontem e de hoje, porque eu já fui
> aluna, logo de 'inúteis', como o senhor também terá sido. Ou pensa hoje de
> forma diferente para estar de acordo com o sistema?
>
>
> O senhor tem filhos? – a minha ignorância a este respeito deve-se ao facto
> de não ser muito dada a ler revistas cor-de-rosa. Se os tem, e se estudam,
> teve, por acaso, a frontalidade de encarar os seus professores e dizer-lhes
> que 'são os inúteis mais bem pagos do país.'? Não me parece… Estudam os
> seus filhos em escolas públicas ou privadas? É que a coisa muda de figura!
> Há escolas privadas onde se pagam substancialmente as notas dos alunos, que
> os professores 'inúteis' são obrigados a atribuir. A alarvidade que
> escreveu, além de ser insultuosa, revela muita ignorância em relação à
> educação e ao ensino. E, quem é ignorante, não deve julgar sem conhecimento
> de causa. Sei que é escritor, porém nunca li qualquer livro seu, por isso
> não emito julgamentos sobre aquilo que desconheço. Entende ou quer que a
> professora explique de novo?
>
> Sou professora de Português com imenso prazer. Oxalá nunca nenhuma das suas
> obras venha a integrar os programas da disciplina, pois acredito que nenhum
> dos 'inúteis' a que se referiu a leccionasse com prazer. Com prazer e
> paixão tenho leccionado, ao longo dos meus vinte e sete anos de serviço, a
> obra de sua mãe, Sophia de Mello Breyner Andersen, que reverencio. O senhor
> é a prova inequívoca que nem sempre uma sã e bela árvore dá são e belo
> fruto. Tenho dificuldade em interiorizar que tenha sido ela quem o ensinou
> a escrever. A sua ilustre mãe era uma humanista convicta. Que pena não ter
> interiorizado essa lição! A lição do humanismo que não julga sem provas! Já
> visitou, por acaso, alguma escola pública? Já se deu ao trabalho de ler,
> com atenção, o documento sobre a avaliação dos professores? Não, claro que
> não. É mais cómodo fazer afirmações bombásticas, que agitem, no mau
> sentido, a opinião pública, para assim se auto-publicitar.
>
> Sei que, num jornal desportivo, escreve, de vez em quando, umas crónicas e
> que defende muito bem o seu clube. Alguma vez lhe ocorreu, quando o seu
> clube perde, com clubes da terceira divisão, escrever que 'os jogadores de
> futebol são os inúteis mais bem pagos do país.'? Alguma vez lhe ocorreu
> escrever que há dirigentes desportivos que 'são os inúteis' mais protegidos
> do país? Presumo que não, e não tenho qualquer dúvida de que deve entender
> mais de futebol do que de Educação. Alguma vez lhe ocorreu escrever que os
> advogados 'são os inúteis mais bem pagos do país'? Ou os políticos? Não,
> acredito que não, embora também não tenha dúvidas de que deve estar mais
> familiarizado com essas áreas. Não tenho nada contra os jogadores de
> futebol, nada contra os dirigentes desportivos, nada contra os advogados.
> Porque não são eles que me impedem de exercer, com dignidade, a minha
> profissão. Tenho sim contra os políticos arrogantes, prepotentes, desumanos
> e inúteis, que querem fazer da educação o caixote do (falso) sucesso para
> posterior envio para a Europa e para o mundo. Tenho contra
> pseudo-jornalistas, como o senhor, que são, juntamente com os políticos,
> 'os inúteis mais bem pagos do país', que se arvoram em salvadores da
> pátria, quando o que lhes interessa é o seu próprio umbigo.
>
> Assim sendo, sr. Miguel de Sousa Tavares, informe-se, que a informaçãozinha
> é bem necessária antes de 'escrevinhar' alarvices sobre quem dá a este
> país, além de grandes lições nas aulas, a alunos que são a razão de ser jdo
> professor, lições de democracia ao país. Mas o senhor não entende! Para si,
> democracia deve ser estar do lado de quem convém.
>
> Por isso, não posso deixar de lhe transmitir uma mensagem com que termina
> um texto da sua sábia mãe:'Perdoai-lhes, Senhor
> Porque eles sabem o que fazem.'
>
>
> Ana Maria Gomes
> Escola Secundária de Barcelos

CLARA FERREIRA ALVES, Artigo demolidor.





CLARA FERREIRA ALVES, ATERRADORA...

A justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca -
Clara Ferreira Alves - Expresso


Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito
maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com
isso apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do
encobrimento, do compadrio e da corrupção. Os portugueses, na sua infinita
e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros.


Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto
final, assunto arrumado. Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais
inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir
nada.

Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que, nada
acaba em Portugal, nada é levado às últimas consequências, nada é
definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.

Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi
crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso
Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o
que verdadeiramente se passou nem quem são os criminosos ou quantos crimes
houve.

Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços de
enigma, peças do quebra-cabeças. E habituámo-nos a prescindir de apurar a
verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é
uma coisa normal em Portugal e que este é um país onde as coisas
importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura.

E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este
estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogs, dos
computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao
maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando
nunca vir a saber com toda a naturalidade.

Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas
ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da
Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica,
da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a
Isaltino Morais, da Braga parques ao grande empresário Bibi, das queixas
tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém que
acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados,
muitos alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente
punidos?

Vale e Azevedo pagou por todos.

Quem se lembra dos doentes infectados por acidente e negligência de
Leonor Beleza com o vírus da sida?
Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num
parque aquático?
Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos
crimes imputados ao padre Frederico?

Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre
Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?
Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça
foi roubada do Instituto de Medicina Legal?

Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e
enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.
No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível,
alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar
alguém?


As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da
criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia
espalha rumores e indícios que não têm substância.
E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu? E todas as
crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?
E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns
menores, onde tanta gente "importante" estava envolvida, o que aconteceu?
Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu.

E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela
reconheceu imensa gente "importante", jogadores de futebol, milionários,
políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?

E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros
do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára? O
mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por
causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.

E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado
doentes por negligência? Exerce medicina?

E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de
colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é
surda, muda, coxa e marreca.

Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são
arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao
esquecimento.
Ninguém quer saber a verdade. Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.

Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram
as redes e os "senhores importantes" que abusaram, abusam e abusarão de
crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos
sobre meninas ficaram sempre na sombra.

Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças , de
protecções e lavagens , de corporações e famílias , de eminências e
reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.

Este é o maior fracasso da democracia portuguesa
Clara Ferreira Alves - "Expresso"

Esta carta deve ser divulgada...


Sou um exilado no meu próprio país
Chamo-me António Morais. Sou professor. Aquele professor doido que
percorreu 947 km de bicicleta unindo as escolas nas quais teve o
privilégio de leccionar e trabalhar com o intuito de chamar a atenção
para o que se está a passar na educação.
Há muito tempo que percebi que a educação não está na moda. Quem é que
se importa com ela? Talvez o governo se importe um pouco, mas só na
justa medida em que possa cortar e limitar os gastos com ela. Eu
importo-me muito, e acho sinceramente que este ministério com a sua
obsessiva avalanche de mudanças norteadas por princípios
exclusivamente economicistas delapidou e destruiu o património da
classe docente: a sua dignidade e o seu empenho; e assim deu uma
estocada mortal na escola pública. Queria denunciar esta triste
realidade e por desgraça descobri algo ainda mais horrível: a
existência de indícios muito fortes de que a liberdade de expressão já
não mora aqui! Ao longo desta legislatura foram surgindo sinais que
pareciam fortuítos e pontuais do cerciar da liberdade de expressão.
Agora configuram, para mim, uma clara estratégia sistemática e bem
urdida para calar as vozes dissonantes. Foi uma anedota sobre o
Primeiro Ministro, que custou o lugar na DREN e um processo
disciplinar ao professor que a contou. Lembro que tal piada não foi
escutada pela pessoa que sentenciou e pronunciou a pena. Presumo que a
anedota deveria ser péssima para ser premiada com tal castigo!!! Foi
uma simpática visita realizada por dois amáveis polícias ao sindicato
da Fenprof na Covilhã na véspera da visita do Primeiro Ministro àquela
cidade, que apenas queriam tomar café. O café dos sindicatos tem outro
sabor!!! Foi a preocupação das autoridades em encontrar estacionamento
em Lisboa no dia 8 de Março (o dia da Marcha da Indignação) que fez
com que fossem às escolas previamente inteirar-se dos professores que
iriam para a capital protestar. É excelente termos um governo
preocupado com o nosso bem-estar no trânsito lisboeta!!! Foi a
proibição dos professores se deslocarem para outras escolas para
participarem em reuniões sindicais. Nessas deslocações podem acontecer
acidentes, deve ser essa a preocupação que fundamentou esta proibição.
A tutela preocupa-se connosco!!! Foi a pretensão da tutela em diminuir
a representatividade dos sindicatos e, certamente, continua a ser.
Afinal numa altura em que tudo o que pedido pelos trabalhadores é
imediatamente concedido pelas entidades patronais... para que são
necessários os sindicatos?!!!
Agora os factos estranhos que aconteceram na última etapa da minha
viagem 'No Trilho da Esperança', que uniu Alcoutim a Vila Real de
Santo António...
Primeiro: duas cadeias de televisão enviaram duas jornalistas e dois
operadores de imagem respectivamente que me acompanharam durante uma
grande parte desta última jornada e que filmaram a conferência de
imprensa improvisada na rua pela impossibilidade de ser realizada
dentro da escola.
Segundo: a Escola Básica 2,3 D. José I de Vila Real de Santo António,
à hora da minha chegada, que ocorreu por volta das 13.30, estava
encerrada, mesmo estando lá dentro pessoal administrativo e auxiliares
de acção educativa que se escondiam quando chamávamos para que nos
abrissem a porta.
Terceiro: a Direcção Regional de Educação do Algarve não autorizou a
que se fizesse a conferência de imprensa no interior da escola.
Quarto: os telejornais das respectivas televisões que se encontraram
presentes não deram qualquer notícia referente ao que tinha acontecido
durante e no fim desta jornada.
Explicações para estes factos: Primeiro, os jornalistas e os
operadores de câmara das respectivas televisões foram filmar-nos com a
intenção de passar o tempo e não de veicular qualquer informação. É um
bom passatempo!!! Segundo: a escola estava fechada porque era a hora
de almoço, mesmo tendo sido avisados e tendo conhecimento que a hora
prevista da minha chegada era as 13.00, e os funcionários iam-se
escondendo, porque gostam de jogar às escondidas!!! Terceiro: a
Direcção Regional de Educação do Algarve não gosta de professores
ciclistas e jornalistas dentro da escola, sobretudo em tempo de
férias, podem perturbar o normal funcionamento das aulas
inexistentes!!! Quarto: a última jornada de uma viagem de protesto de
bicicleta pela educação não tem nenhum interesse jornalístico,
sobretudo quando a escola está fechada e quando a tutela não autorizou
que se fizesse a conferência de imprensa lá dentro. É tudo muito comum
e banal para ser notícia!!!
Num regime ditatorial sei que não sou livre para dizer o que quero,
mas ao contrário, pensava eu, ingenuamente, num regime democrático
tenho liberdade de expressão e as minhas ideias podem ser veiculadas
pelos meios de comunicação social. Estava enganado!!! O que é feito do
significado da palavra 'democracia' e da 'liberdade de expressão'?
Parece que estou a viver numa 'diz que é uma espécie de democracia',
com muito de 'espécie' e pouco de 'democracia'.
Bom, devem ser tudo coincidências estranhas e eu devo estar num estado
de alucinação e ver o que em realidade não existe. A nossa democracia
não está bem mas recomenda-se! Recomenda-se um tratamento eficaz para
a profunda doença que padece!!!!



Futuro da saúde em Portugal

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Educação: As promessas por cumprir


EDUCAÇÃO: AS PROMESSAS POR CUMPRIR



Intervenção da Deputada Ana Drago na Sessão Plenária de 17 de Setembro de 2008



Apesar dos percalços, sossegue-se o Partido Socialista - a máquina governamental de propaganda está bem e recomenda-se. Com a abertura do novo ano escolar - na Educação - fez prova de vida: desde meados de Agosto que cada medida foi anunciada, encenada, inaugurada pelo menos 4 vezes; nas últimas semanas Primeiro-ministro, Ministro e secretários de Estado de todos os tamanhos têm sido chamados à grande campanha de salvação da Ministra da Educação.

O Governo protege os seus - nenhum esforço ou cerimónia é poupado para salvar e tentar repara a falta de credibilidade da equipa ministerial da 5 de Outubro.

E é certo - a propaganda pode muito, mas não pode tudo.

Não serve para esconder as fragilidades e recuos do Governo em matéria de educação. E acima de tudo, não isenta - não nos isenta a todos - de um debate sério, de uma avaliação atenta à realidade, tantas vezes preocupante, em tantas áreas do sistema educativo.

Até porque este ano há riscos acrescidos.

É por isso chocante que, depois de meses de alerta por parte de especialistas, pais e professores ligados à questão da educação especial, e que têm vindo a mostrar como a nova legislação lançada pelo governo vai deixar milhares de alunos com necessidades educativas especiais sem qualquer tipo de apoio, não tenha havido um único momento no recente Festim Governamental para acautelar que tal acontecerá.

São estes os alunos mais vulneráveis do sistema educativo, é exactamente perante estes alunos que o país, que a escola pública não tem o direito de falhar. Apesar disso a preocupação do Ministério e do Governo do PS é nula. Chegam de todo lado, aqui mesmo a esta Assembleia, relatos de pais assustados, com filhos em escolas de educação especial que não abriram portas este ano porque há Direcções Regionais de Educação que têm falhado consecutivamente os seus compromissos. E ninguém sabe bem o que vai acontecer, ninguém sabe bem o que vai acontecer as estas crianças...

É chocante e hipócrita que o Governo - o Sr. Primeiro-Ministro - se desloque às escolas para entregar prémios de mérito de 500 euros aos melhores alunos. A crítica não sequer para a encenação em estilo Estado Novo, mas antes porque esses 500 euros não vão chegar para pagar em muitos casos sequer metade das propinas do seu 1º ano de estudos superiores. Na prática, o Sr. Primeiro-ministro foi às escolas cobrar aos melhores alunos que queiram continuar os seus estudos no sistema público do ensino superior os 500 euros que faltam do pagamento da propina.

É chocante a forma como governo propagandeou as alterações no âmbito da ASE. Note-se: ninguém nega a importância do alargamento da base de incidência. Mas façamos as contas.

O governo negociou com as editoras escolares aumentos nos manuais escolares acima da inflação - inflação mais 3% no 1º ciclo; inflação mais 1,5% no 2º e 3º ciclo.

Façamos de facto as contas. Veja-se o que acontece no 6º ano de escolaridade, crianças com 11 ou 12 anos - o governo aumentou em 1 euro (1 euro!!) a comparticipação nos livros para o escalão A, passando de 94 para 95 euros, e 0,5 euros (50 cêntimos) para o escalão B. Em média, os livros para este ano de escolaridade custam 200 euros. Ou 400 euros para alguns anos do 3º ciclo. Os pais, as famílias interrogam-se: festeja-se o quê, exactamente...?

É chocante a burocracia criada em torno do novo passe escolar - as transportadoras pedem os papéis das escolas, as escolas pedem as confirmações das Direcções Regionais - nada acontece, mas o Governo lava as mãos. Está contente com os cartazes publicitários que espalhou pelas cidades, e isso chega-lhe.

Como é chocante ver o anúncio de requalificação de escolas secundárias (até 2015, isto é, pelos próximos dois governos...), quando sabemos que o encerramento de escolas promovido pelo ME faz com que milhares de crianças iniciem por estes dias as suas aulas - para muitas o primeiro dia de escola das suas vidas - em contentores instalados em recreios. Por estes contentores, a festa socialista da educação não passou.

E as promessas por cumprir, cada vez mais distantes. Depois de um consenso político alargado sobre a necessidade de estender a escolaridade obrigatória até 12º ano, o Ministério apressa-se a dizer que sim, mas que também. Que quer que todos cheguem e façam o 12º ano, sonha com isso, gostava muito - mas alargar a escolaridade obrigatória até lá... agora não, talvez mais tarde.

E os debates e reformas que ficam por fazer - e que fazem falta. São urgentes na requalificação do sistema educativo - o debate sobre a estrutura e os conteúdos curriculares que tirem a escola da esquizofrenia da multiplicação de disciplinas; a necessidade de criar equipas multidisciplinares de combate ao abandono e insucesso escolar - programas de tutoria que o ME recusa, ano após ano.

E quem vai às escolas por onde não passou a caravana governamental não vê festa. Pelo contrário.

Vê o clima de desmotivação dos professores, a multiplicação burocrática sem que finalidade útil. Vê o que aconteceu com a avaliação experimental dos professores contratados no ano passado - muitos nem conhecem a sua avaliação e voltaram a ser contratados, outros estiveram em escolas que deram classificação idêntica a todos, mas não voltaram a ser contratados... Uma farsa - a farsa deste modelo de avaliação de desempenho - que o ME se prepara para relançar de novo este ano, sem tirar qualquer lição do processo e das críticas ouvidas durante o ano passado. Vê os professores com 7, 8, 9 turmas, cerca de metade com mais de 100 alunos; a preparar aulas nos átrios das escolas, e pergunta onde está a festa, que aqui parece que ninguém foi convidado...

É tempo de parar a propaganda e assumir responsabilidades. A um ano de final de legislatura, as promessas do Partido Socialista para a escola pública perderam toda a credibilidade. Foram, vão sendo, sucessivamente sacrificadas para manter em funções a Ministra da Educação. Mas esqueceram pais, alunos e professores. Se não há alteração dramática neste rumo, por esta altura no próximo ano pais, alunos e professores farão a sua festa - mas aí já não convidam o Partido Socialista.

ANA DRAGO


-----

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

M.E. SIMPLIFICA PROCESSO PARA IMPOR O SEU MODELO DE AVALIAÇÃO!


OS PROFESSORES NÃO SE DEIXAM ENGANAR!

O Ministério da Educação pretende, teimosamente, manter o seu modelo de avaliação que assenta em dois princípios inaceitáveis:
1. o de que os professores se dividem em duas categorias;
2. o de que o mérito do desempenho docente depende de quota e/ou de vaga disponível.
Mas o modelo de avaliação do ME não é rigoroso, nem exequível e a prová-lo está o facto de necessitar de ser "simplificado" de cada vez que se aplica.
Porém, a "simplificação" que o ME propõe está armadilhada e os professores não podem cair nas armadilhas:
1. dispensa os professores da avaliação do seu desempenho pedagógico, deslocando-a para os aspectos exclusivamente administrativos, salvo requerimento em contrário;
2. por outro lado, impõe, a quantos pretendam ter "Excelente" ou "Muito Bom" (um direito que assiste a todos) a aplicação integral do modelo (excepção, este ano, para o parâmetro dos "resultados e abandono escolares"). Contudo, ainda que os professores se submetam a todo o processo, nada garante essas "menções", pois estão sujeitas às quotas de 5% e 20%, respectivamente;
3. não cria condições mais favoráveis de horário para os avaliadores, pois o eventual pagamento de algumas horas extraordinárias não alivia a sua sobrecarga de trabalho;
4. prevê a aplicação do SIADAP 2 aos presidentes dos órgãos de gestão, o que iria contrariar o Decreto Regulamentar 2/2008, não seria aplicável num momento em que o mandato já se encontra em recta final (não permitindo os procedimentos iniciais previstos) e apenas constituiria uma forma de pressão e ameaça sobre os professores que presidem aos conselhos executivos. Os Sindicatos recorrerão aos Tribunais se esta disposição se mantiver;
5. cria um regime de excepção para este ano. Contudo, segundo palavras da própria Ministra, aplicar-se-á na íntegra, apenas com alguns ajustes, já a partir do próximo.

Até este momento, não houve qualquer recuo ou cedência significativa do M.E., mas apenas a tentativa de garantir a aplicação de um modelo de avaliação que os professores rejeitam e as escolas suspendem.Os Sindicatos de Professores assumirão, sexta-feira, nas reuniões com o ME, as posições daqueles que representam:

1. Suspensão do actual modelo de avaliação! (pressuposto prévio de verificação obrigatória).
2. Negociação de uma alternativa formativa de qualidade, cientificamente capaz e pedagogicamente adequada.

Os Sindicatos admitem uma solução transitória para o ano em curso que evite o vazio legislativo e/ou um acto meramente administrativo.

Nesta matéria não há espaço para soluções intermédias, nem entendimentos que não passem pela suspensão imediata do actual modelo. É essa a vontade dos Professores e o compromisso dos Sindicatos.

A suspensão deste modelo de avaliação não pode continuar a ser adiada! A obstinação da Senhora Ministra da Educação não pode continuar a criar dificuldades ao normal funcionamento das escolas.


Os Sindicatos de Professores

Confirmação: não há nova posição do Conselho das Escolas.

CONFIRMAÇÃO: NÃO HÁ NOVA POSIÇÃO DO CONSELHO DAS ESCOLAS

Já fui contactado por diversos membros do Conselho das Escolas e confirma-se: não há nova posição sobre a avaliação. Não foi nada votado. O Presidente do Conselho das Escolas desligou o telemóvel e está incontactável. Há muita indignação em muitos presidentes de conselhos executivos por haver um claro abuso do ME neste processo.

Mário Nogueira

Ensaio sobre a cegueira

Docentes - Faltas



Reparem em mais uma valente trapaça do ME constatada por este colega:

À ATENÇÃO DOS PROFESSORES E DOS SINDICATOS

Numa comunicação escrita, datada de 15 de Abril de 2008, o Presidente do CE da EB 2/3 D. João I da Baixa da Banheira informa os docentes do seguinte:

Apesar das faltas legalmente equiparadas a serviço lectivo não contarem para efeitos da falta de assiduidade ao nível de avaliação, no entanto, de acordo com o que consta na ficha de avaliação de desempenho de 7/04/ 2008, o ponto A.2 do Anexo XIII - empenho para a realização das aulas previstas: compensações, permutas, preparação das substituições - remete para todo o serviço lectivo distribuído (total de aulas previstas). Ora, de acordo com este anexo, terá de se registar o número de aulas que não foi leccionado, independentemente das razões que originaram as faltas. Assim, continua o Presidente desta Escola, as aulas não leccionadas acabam por incidir na avaliação de cada docente, independentemente de ter sido leccionada toda a matéria curricular, podendo até agravá-la. E, para ultrapassar esta situação, terão de se aplicar modalidades compensatórias já implementadas na Escola, tal como a permuta e a reposição do serviço lectivo [reprodução não textual, mas fiel ao enunciado escrito].

Se todos os Conselhos Executivos seguirem a referida Escola - e ver-se-ão forçados, a curto prazo, a fazê-lo - esta ilegalidade que o ME, através de um Regulamento, lhes impõe executar, revoga o artigo 103.º do ECD, pois retira-lhe efeito útil.

Imaginem as subsequentes situações:

1. O docente faltou por motivo de greve.

Esse dia é-lhe descontado no vencimento. Ao 'exigirem-lhe' que reponha o número de aulas em falta, a greve ficou sem efeito útil. Mais grave ainda: trabalha e não recebe, ou seja, repõe as aulas não leccionadas, mas não lhe repõem o pagamento do dia de greve.

2. O docente faltou por motivo de nojo.

Não recebe o subsídio de refeição correspondente aos dias em falta. Repõe as aulas não leccionadas, mas não recebe o subsídio de refeição correlativo.

3. O professor não lecciona por motivo de visita de estudo.

O professor que foi em visita de estudo organizada por outro grupo disciplinar tem de repor as aulas não leccionadas apesar de nesse dia ter trabalhado mais horas do que as referenciadas no seu horário de trabalho.

Caros colegas:

Temos de lutar contra esta aberração legislativa de compensar as aulas não leccionadas, pois põem em causa o princípio constitucional da igualdade.

Conhecem algum médico, juiz ou operário que seja obrigado a repor as horas que justificadamente não trabalhou?

Em Direito ensinaram-me que as leis inferiores não revogam leis superiores; que o respeito pela hierarquia das leis é um dos fundamentos de um Estado de Direito Democrático.

Ou me ensinaram mal ou, pelos vistos o Estado de Direito Democrático não existe.


PRIMEIRO DIA: 30.000 NO NORTE



porto1porto2
Pelos números que chegam terão sido acima dos 30.000, os professores que se manifestaram hoje a Norte do Douro (Porto, Braga, Viana, Vila Real e Bragança), com destaque para a manifestação no Porto com números estimados entre os 10 e os 20.000 manifestantes.
A este ritmo, provavelmente sairá de novo à rua durante esta semana de protestos um número recorde de docentes, demonstrando que o que nos une é imensamente superior ao que nos separa.

Baptista Bastos: O Ranço Salazarista



ESTE TEXTO é de leitura OBRIGATÓRIA e de reflexão urgente...

Baptista Bastos – b.bastos@netcabo.pt

Cada vez mais nos afastamos uns dos outros. Trespassamo-nos sem nos ver. Caminhamos nas ruas com a apática indiferença de sequer sabermos quem somos. Nem interessados estamos em o saber. Os dias deixaram de ser a aventura do imprevisto e a magia do improviso para se transformarem na amarga rotina do viver português e do existir em Portugal.

Deixámos cair a cultura da revolta. Não falamos de nós. Enredamo-nos na futilidade das coisas inúteis, como se fossem o atordoamento ou o sedativo das nossas dores. E as nossas dores não são, apenas, d'alma: são, também, dores físicas.

Lemos os jornais e não acreditamos. Lemos, é como quem diz - os que lêem. As televisões são a vergonha do pensamento. Os comentadores tocam pela mesma pauta e sopram a mesma música. Há longos anos que a análise dos nossos problemas está entregue a pessoas que não suscitam inquietação em quem os ouve. Uma anestesia geral parece ter sido adicionada ao corpo da nação.

Um amigo meu, professor em Lille, envia-me um email. Há muitos anos, deixou Portugal. Esteve, agora, por aqui. Lança-me um apelo veemente e dorido: 'Que se passa com a nossa terra? Parece um país morto. A garra portuguesa foi aparada ou cortada por uma clique, espalhada por todos os sectores da vida nacional e que de tudo tomou conta. Indignem-se em massa, como dizia o Soares.'

Nunca é de mais repetir o drama que se abateu sobre a maioria. Enquanto dois milhões de miúdos vivem na miséria, os bancos obtiveram lucros de 7,9 milhões por dia. Há qualquer coisa de podre e de inquietantemente injusto nestes números. Dir-se-á que não há relação de causa e efeito. Há, claro que há. Qualquer economista sério encontrará associações entre os abismos da pobreza e da fome e os cumes ostensivos das riquezas adquiridas muitas vezes não se sabe como.

Prepara-se (preparam os 'socialistas modernos' de Sócrates) a privatização de quase tudo, especialmente da saúde, o mais rendível. E o primeiro-ministro, naquela despudorada 'entrevista' à SIC, declama que está a defender o SNS! O desemprego atinge picos elevadíssimos. Sócrates diz exactamente o contrário. A mentira constitui, hoje, um desporto particularmente requintado. É impossível ver qualquer membro deste Governo sem ser assaltado por uma repugnância visceral. O carácter desta gente é inexistente. Nenhum deles vai aos jornais, às Televisões e às Rádios falar verdade, contar a evidência. E a evidência é a fome, a miséria, a tristeza do nosso amargo viver; os nossos velhos a morrer nos jardins, com reformas de não chegam para comer quanto mais para adquirir remédios; os nossos jovens a tentar a sorte no estrangeiro, ou a desafiar a morte nas drogas; a iliteracia, a ignorância, o túnel negro sem fim.

Diz-se que, nas próximas eleições, este agrupamento voltará a ganhar. Diz-se que a alternativa é pior. Diz-se que estamos desgraçados. Diz um general que recebe pressões constantes para encabeçar um movimento de indignação. Diz-se que, um dia destes, rebenta uma explosão social com imprevisíveis consequências. Diz a SEDES, com alguns anos de atraso, como, aliás, é seu timbre, que a crise é muito má. Diz-se, diz-se.

Bem gostaríamos de saber o que dizem Mário Soares, António Arnaut, Manuel Alegre, Ana Gomes, Ferro Rodrigues (não sei quem mais, porque socialistas, socialistas, poucos há) acerca deste descalabro. Não é só dizer: é fazer, é agir. O facto, meramente circunstancial, de este PS ter conquistado a maioria absoluta não legitima as atrocidades governamentais, que sobem em escalada. O paliativo da substituição do sinistro Correia de Campos pela dr.ª Ana Jorge não passa de isso mesmo: paliativo. Apenas para toldar os olhos de quem ainda deseja ver, porque há outros que não vêem porque não querem.

A aceitação acrítica das decisões governamentais está coligada com a cumplicidade. Quando Vieira da Silva expõe um ar compungido, perante os relatórios internacionais sobre a miséria portuguesa, alguém lhe devia dizer para ter vergonha. Não se resolve este magno problema com a distribuição de umas migalhas, que possuem sempre o aspecto da caridadezinha fascista. Um socialista a sério jamais procedia daquele modo. E há soluções adequadas. O acréscimo do desemprego está na base deste atroz retrocesso.

Vivemos num país que já nada tem a ver com o País de Abril. Aliás, penso, seriamente, que pouco tem a ver com a democracia. O quero, posso e mando de José Sócrates, o estilo hirto e autoritário, moldado em Cavaco, significa que nem tudo foi extirpado do que de pior existe nos políticos portugueses. Há um ranço salazarista nesta gente. E, com a passagem dos dias, cada vez mais se me acentua a ideia de que a saída só reside na cultura da revolta.


terça-feira, 25 de novembro de 2008

O Imbróglio

Delegação De Competências: O Imbróglio

Eu andava aqui há um par de dias a tentar decidir se haveria de falar nisto, para não estragar a surpresa quando rebentasse nas páginas dos jornais, mas o Ramiroantecipou-se e denunciou aquilo que muita gente parece desconhecer: a delegação de competências em matéria de avaliação não é só assinar um papelito e já está. Há umas formalidades por cumprir. A Lei, por exemplo. Que neste caso corresponde ao Código do Procedimento Administrativo (artigos 35º a 37º para os mais minuciosos)

Acerca do assunto e da forma como vai decorrendo a avaliação, deixo aqui o testemunho de uma colega que, por razões óbvias, prefere manter o anonimato:

Já há tempos que exijo junto do meu CE que a lei seja cumprida.

Alertei muitas vezes para as incompatibilidades e suspeições e finalmente deram-me ouvidos. Houve reunião de avaliadores e estas situações existiam mas não sabiam que existia a lei. É mais uma pedrinha para bloquear a engrenagem.

A delegação de competências tem que ser feita como manda o código do procedimento administrativo. Isto implica que haja produção de despachos internos e que estes sejam publicados no DR. Avisei o CE na 2ª semana de Setembro mas o ME negou nessa altura. Afinal é mesmo preciso. Esta informação não deve circular amplamente porque a maioria das escolas vai omitir este passo já que o ME está "envergonhado" por ter sido apanhado desprevenido. A omissão deste passo talvez dê para salvar alguns colegas mal avaliados, ou nem por isso.
Imagina o tempo que vai demorar a publicação no DR à medida que algumas escolas forem acordando? Claro, que os colegas empenhados na luta do cumprimento escrupuloso devem saber que este paaso da delegação de competências é indispensável porque o próprio decreto o refere.

Na minha escola já estamos nos objectivos individuais. A ficha criada é de rir à gargalhada. Já a debati com o vice que está mais por dentro da avaliação de professores e ele reconheceu algumas falhas mas já não há tempo para mudar. Como a minha escola tem mais de 150 professores estou para ver a fila de entrega de objectivos. Os colegas andam esgaziados (ou será gazeados?) e não falam de outra coisa. Cada pessoa acrescenta mais um ponto de tal forma que vão esperar todos pelo último momento para entregar a ficha com as últimas novidades que possam aparecer… Já me lembrei que a entrega fosse pelas vias oficiais (pela secretaria) e houve quem gostasse da ideia, mas ainda não decidi qual das formas de entrega, em mão ou via secretaria, teria mais impacto.

Vem logo depois a entrevista com o CE. Dá cerca de 50 profs por cada um, ou seja cerca de 50 horas, o que significa quase duas semanas se não fizerem mais nada.

As aulas assistidas vão ser engraçadas porque a escola tem lotação esgotada. As salas estão a abarrotar e não sobra um lugar na esmagadora maioria das aulas. Os professores sugerem que o avaliador leve um banquinho para se sentar, que talvez se arranje um ouco de espaço no meio dos alunos.

Claro que vou continuar a exigir o cumprimento escrupuloso da lei porque é a melhor forma de provar que tenho razão: esta avaliação não serve.

Avaliação dos professores - A opinião de uma advogada


Avaliação dos professores

Opinião de uma advogada


Já que muitos jornalistas e comentadores
defendem e compreendem o modelo proposto para a avaliação dos docentes, estranho que, por analogia, não o apliquem a outras profissões (médicos, enfermeiros, juízes, etc.).

Se é suposto compreenderem o que está em causa e
as virtualidades deste modelo, vamos imaginar a sua aplicação a uma outra profissão, os médicos.

A carreira seria dividida em duas:

Médico titular (a que apenas um terço dos profissionais poderia aspirar) e Médico.

A avaliação seria feita pelos pares e pelo director de serviços.
Assim, o médico titular teria de assistir a três sessões de consultas, por ano, dos seus subordinados, verificar o diagnóstico, tratamento e prescrição de todos os pacientes observados. Avaliaria também um portefólio com o registo de todos os doentes a cargo do médico a avaliar, com todos os planos de acção, tratamentos e respectiva análise relativa aos pacientes.

O médico teria de estabelecer, anualmente os seus objectivos: doentes a tratar, a curar, etc.

A morte de qualquer paciente, ainda que por razões alheias à acção
médica, seria penalizadora para o clínico, bem como todos os casos de insucesso na cura, ainda que grande parte dos doentes sofresse de doença incurável, ou terminal. Seriam avaliados da mesma forma todos os clínicos, quer a sua especialidade fosse oncologia, nefrologia ou cirurgia estética...

Poder-se-ia estabelecer a analogia completa, mas penso que os nossos
'especialistas' na área da educação não terão dificuldade em levar o exercício até ao fim.

A questão é saber se consideram aceitável o modelo?

Caso a resposta seja afirmativa, então porque não aplicar o mesmo, tão virtuoso, a todas as profissões?


Será???!!!

Já agora...

Poderiam começar a 'experiência' pela Assembleia da República e pelos (des)governantes...

Pedido de divulgação



Por favor, ajudem-nos…

No dia 20 de Novembro de 2008 pelas 17h 30m, na Escola E. B. 1,2,3 de Loureiro, Oliveira de Azeméis, os Professores Coordenadores/Avaliadores foram impedidos de participar num Plenário de Professores para discutir a suspensão do actual modelo de avaliação dos docentes, sob ameaça de serem alvo de um processo disciplinar por parte do Conselho Executivo (Senhora Presidente Dr.ª Isabel Terra).

VIVEMOS NUMA DITADURA…

Colegas por favor divulgar…

ESTAMOS FARTOS!


Domingo, 12 de Outubro de 2008

ESTOU FARTO!

Estamos REALMENTE fartos!

Boas,
enquanto responsável pela Edição do Site do SPN, senti-me no direito
de recorrer à figura da defesa da honra, prevista na actividade
parlamentar e que para este espaço convoco, na qualidade de cidadão e
professor ofendido com as palavras do Senhor Secretário de Estado
Valter Lemos.

O Jornal de Notícias trazia na sua edição de 4ª feira (8 de Outubro)
uma reportagem sobre o facto de as aposentações entre os professores
terem duplicado nos últimos tempos.

Na referida reportagem, estavam incluídas declarações de um Professor,
um daqueles com P MESMO GRANDE. O Moreira é um daqueles professores
que nos ficam na memória - fiz estágio em Rio Tinto (a minha terra!),
na escola onde, entre outros grandes MESTRES, me foi possível aprender
muito com o Moreira. Um Homem que deu tudo, que teve todos os cargos,
todas as funções e que de forma frontal assume a dificuldade perante o
desastre da situação actual.

"A partir do momento em que comecei a sentir a profissão como um
fardo, em que comecei a pensar que estava a mais, com a
desconsideração cada vez maior relativamente à profissão, com tudo o
que se dizia sobre os professores, comecei a estudar seriamente a
hipótese de pedir a reforma antecipada"

Todos sabemos que a reportagem e os números do JN podem estar errados.
Mas por defeito!

O João Gobern (Pano para Mangas de 8 de Outubro) e o Manuel António
Pina, na Antena 1 e no JN, respectivamente, abordam a situação de
forma absolutamente fantástica:

Manuel António Pina escreve sobre "A Grande Evasão" e João Gobern fala
sobre o "descansem em paz."
Já o Senhor Secretário de Estado Valter Lemos vem a terreno com
declarações que me ofendem. Ou antes, que nos ofendem.

Diz o nosso superior hierárquico (e é apenas essa a qualidade que me
obriga a manter o respeito por si!) que se trata apenas de uma
manipulação dos números e somos todos uns mentirosos porque afinal de
contas estamos motivados.

Pois bem, Sr. Lemos, nós não estamos motivados.
Os resultados não estão a melhorar e se estivessem isso não se deveria
nem ao Senhor, nem ao Senhor Primeiro Ministro e, quero acreditar que
não se deveriam a nós.

Porque a verdade é que os alunos não sabem mais e por isso não podemos
ter melhores resultados.
O que acontece é que nós temos que os passar mais porque os Senhores a
isso obrigam.

Também eu estou farto e não fosse o facto de ter só 34 anos (de idade
e não de serviço, infelizmente!!!) e também eu estaria a contar os
dias para me ir embora.
Como eu, outros tantos. Não conheço um único. Um que seja que diga que
está motivado.

Estamos fartos, porque não conseguimos ensinar nada a ninguém. O drama
é que, ao contrário das teorias, eles não aprendem sozinhos.
Estamos fartos, porque nos querem obrigar a viver divididos quando o
que nos une é muito mais forte do que aquilo que supostamente nos
separa.
Estamos fartos de ter horários impossíveis, onde são os alunos que
ficam para trás. Substituições, reuniões, papeladas e relatórios.
Temos que fazer tudo, menos trabalhar com alunos e para os alunos.
Estamos fartos, porque gostamos de usar os computadores com os nossos
alunos, mas até nós ficamos enjoados com tantas mentiras e tanto
foguetório à volta das TIC. Sem o "software docente" não há hardware
que faça nada!
Estamos fartos, porque nos dizem que estamos a ser avaliados, quando
todos já perceberam que estamos é a ser lixados (em bom português...).
Estamos fartos de nos dizerem para usar a Autonomia, quando até para
respirar precisamos de uma autorização superior - do Ministério às
Direcções Regionais, passando pelas equipas de apoio às escolas e até
a alguns Executivos, anda tudo com uma mania de superioridade que nos
dá vontade de fugir!
Estamos fartos, porque nos estão a cair em cima todas as
responsabilidades sociais, quando a nossa capacidade e o nosso tempo
está todo tomado para responder ao Processo Kafkiano do ME.

Estamos fartos... FARTOS... FARTOS!...

É claro que há meia dúzia de boys que, no poder da titularidade ou na
ignorância da gestão, pensam que o caminho é este. E esses andam
felizes e contentes no caminho do Senhor.
Mas, a história do presente mostra que o destino desses está guardado
a sete chaves no cofre dos Bancos Hipotecários Americanos.

Se me permitem e para terminar - eu sei o que vou fazer agora e
sempre: continuar a lutar!
Mas também sei o que vou fazer nas próximas eleições!


João Paulo Silva
Professor FARTO

Avaliação de Professores no Mundo

Avaliação de Professores em Portugal

Onde se inspirou o governo português para conceber um modelo de avaliação tão burocrático? Em declarações ao órgão de propaganda do PS a ministra da educação afirma que se inspirou em modelos de avaliação existentes na Inglaterra, Espanha, Holanda e Suécia (Março de 2008). Os professores destes países negam tal afirmação. O modelo que maiores semelhanças tem com o português é o chileno, mas seja mesmo assim menos burocrático.
Estamos pois perante o sistema de avaliação mais burocrático do mundo, e que fomenta o fim do trabalho cooperativo nas escolas. Não admira que ao aperceber-se da gravidade do problema, o próprio ME tenha vindo a apelar para que cada escola simplifique o sistema, criando desta forma uma disparidade de modelos e de critérios de avaliação no país.

Consultas:

Avaliação de Professores na Alemanha

1. Categorias. Não existe qualquer categoria similar à de professor titular. Apenas existem quadros de escola, tal como existia em Portugal.

2. Aulas Assistidas: Acontecem durante o período de formação e depois de 6 em 6 anos. A aula tem a duração de 45 minutos e é assistida pelo chefe da Direcção escolar. Essa assistência tem como objectivo a subida de escalão. Depois de atingido o topo da carreira, acabaram-se as aulas assistidas e não existe mais nenhuma avaliação.

3. Horários dos Professores. Não existe diferença entre horas lectivas e não lectivas. Os horários completos variam entre 25 e 28 horas semanais.

4. Avaliação de Alunos. As reuniões para efeito de avaliação dos alunos têm lugar durante o tempo de funcionamento escolar normal, nunca durante o período de interrupção de actividades ou de férias. Tanto na Alemanha como na Suíça, França e Luxemburgo, durante os períodos de férias as escolas encontram-se encerradas. Encerradas para todos, alunos, pais, professores e pessoal de Secretaria. Os alunos e os professores têm exactamente o mesmo tempo de férias.
Não existe essa dicotomia idiota entre interrupções lectivas, férias, etc.

5. Horários escolares: Nas escolas de Ensino Primário as aulas vão das 8.00 às 13 ou 14 horas. Nos outros
níveis começam às 8 .00 ou 8.30 e terminam às 16.00 ou, a partir do 10° ano,às 17.00.

6. Férias: cerca de 80 dias por ano, embora possa haver ligeiras diferenças de Estado para Estado.

7. Máximo de alunos por turma: 22



Avaliação de Professores na Suíça

1. Categorias. Não existe qualquer categoria similar à de professor titular. Apenas existem quadros de escola (Professores do quadro).

2. Aulas Assistidas: Estas aulas só ocorrem durante a formação e para a subida de escalão.

3. Férias. As escolas durante o período de férias estão encerradas. Total de dias de férias: cerca de 72 (pode haver diferenças de cantão para cantão) .

4. Os horários escolares: Idênticos aos da Alemanha. Até ao 4° ano de escolaridade, inclusive, não há aulas de tarde às quartas-feiras, e terminam cerca das 11.30.

5. Máxima de alunos por turma: 22.

Avaliação de Professores na Bélgica

1. Categorias. Não existe qualquer categoria similar à de professor titular. Apenas existem quadros de escola (Professores do quadro).

2. Aulas Assistidas. As aulas Assistidas só ocorrem quando são solicitadas pela direcção da escola, mas não contam para efeitos de progressão dos docentes.

3. Avaliação das Escolas. A avaliação dos professores está englobada na avaliação das escolas. Avalia-se o trabalho da escolas, e desta forma o trabalho dos professores que nelas exercem a sua actividade.

Avaliação de Professores na Inglaterra e País de Gales

1. Categorias. Os professores do ensino público estão divididos em função de duas categorias salariais: A Tabela Salarial Principal (dividida em 6 níveis) e a Tabela Salarial Alta (dividida em 3 níveis).

2. Avaliação. A progressão nas tabelas depende dos resultados da avaliação contínua e que envolve o director da escola, o conselho directivo e os "avaliadores de "performance".

Avaliação de Professores na França

1. Categorias. Não existe qualquer categoria similar à de professor titular.

2. Aulas assistidas. As aulas assistidas só ocorrem no mínimo de 4 em 4 anos, a regra é de 6 em 6 anos, e são observadas por um inspector com formação na área do professor. O objectivo destas aulas é essencialmente formativo, tendo em vista ajudar os professores a melhorar as suas práticas lectivas.

3. Progressão na carreira. Para além da antiguidade, são tidos em conta os resultados da observação das aulas e as acções de formação frequentadas pelos professores.



Avaliação dos Professores em Espanha

1.Descentralização. A única legislação nacional que existe sobre avaliação dos professores e sistemas de promoção contemplam apenas o ensino básico. Cada "Comunidade Autonómica" estabelece os seus próprios critérios para a progressão dos professores.

3. Avaliação. Embora não existam progressões automáticas, na maioria dos casos as mesmas são feitas com base na antiguidade.

Avaliação de Professores nos EUA

1. Descentralização.. Cada um dos 13 mil distritos escolares tem os seus próprios critérios de recrutamento, de carreira, avaliação de desempenho, promoção ou de pagamento.

2. Avaliação. Não existe um sistema único de avaliação. Nos distritos onde existe avaliação, esta pode ser feita pelo director da escola ou entre os próprios professores.

3. Progressão. Em geral os aumentos salariais são feitos em função do tempo de serviço.

Avaliação de Professores no Chile

O Ministério da Educação de Portugal terá copiado o modelo chileno de avaliação ?. ( Consultar ) . Estes modelos foram já objecto de uma comparação muito elucidativa das suas semelhanças e diferenças.

Comparação

Modelo de Avaliação Português / Modelo de Avaliação Chileno

Periodicidade

1. A avaliação global é feita de 2 em 2 anos.

2. A avaliação serve sobretudo para contagem de serviço para a progressão na carreira (existem cotas para a categoria de titulares).

1. A avaliação é feita de 4 em 4 anos.

2. A avaliação serve sobretudo para premiar financeiramente os melhores desempenhos, os quais pode ir até 25% do salário mínimo nacional chileno (não existem cotas para estes prémios).
Instrumentos de Avaliação

1. Fichas de auto-avaliação do professor;

2. Ficha dos objectivos individuais de cada professor;

3. Ficha de avaliação dos objectivos individuais do professor;

3. Portefólio do professor

4. Avaliação do portefólio do professor avaliado;

5. Entrevista pelo professor avaliador. Implica o preenchimento de ficha de avaliação.

6. Avaliação pelo coordenador do Departamento Curricular. Implicando o preenchimento de ficha de avaliação).

7. Avaliação pela Comissão Executiva (Director). Implica o preenchimento de ficha de avaliação).

8. Assistência do avaliador a pelo menos 3 aulas em cada ano lectivo. Implica o preenchimento de 3 fichas de avaliação.

1. Fichas de Auto-avaliação;

2. Entrevista pelo professor avaliador;

3. Avaliação do director ou do chefe técnico da escola;

4. Portfólio, que inclui a gravação em vídeo de uma aula, de 4 em quatro anos.

Níveis de Desempenho e Resultados da Avaliação

1. Excelente (com cota fixada pelo governo). Duas vezes seguidas reduz em quatro anos o tempo de serviço para acesso à categoria de titular; Quatro vezes seguidas dá direito a prémio de desempenho.

2. Muito Bom (com cota fixada pelo governo). Duas vezes seguidas reduz 2 anos o tempo;

3. Bom. Classificação mínima necessária para progredir.

4. Regular. Não progride. Proposta de acção de formação contínua;

5. Insuficiente. Não progride. Pode determinar a reconversão profissional.

1. Destacado ou Competente. Recebe um abono suplementar mensal. O abono dura três e quatro anos.

2. Insatisfatório. Repete a avaliação no ano seguinte. Se na segunda avaliação tiver o mesmo resultado e deixa de dar aulas, durante um ano. Se tiver uma terceira avaliação negativa sai da carreira, mas recebe um abono.

Nota:
Esta informação é a verdade, sem demagogias e não serve para caçar votos. Envia-a ao maior número de colegas possível, seguindo o princípio que indivíduo informado vale por dois.
Não nos podemos deixar enganar !!!