domingo, 22 de maio de 2011

Isto

Grande Diferença

Ricardo Araújo: Este país não é para corruptos

Em Portugal, há que ser especialmente talentoso para corromper. Não é corrupto quem quer 3:41 Quinta-feira, 29 de Abr de 2010 Portugal é um país em salmoura. Ora aqui está um lindo decassílabo que só por distracção dos nossos poetas não integra um soneto que cante o nosso país como ele merece. "Vós sois o sal da terra", disse Jesus dos pregadores. Na altura de Cristo não era ainda conhecido o efeito do sal na hipertensão, e portanto foi com o sal que o Messias comparou os pregadores quando quis dizer que eles impediam a corrupção. Se há 2 mil anos os médicos soubessem o que sabem hoje, talvez Jesus tivesse dito que os pregadores eram a arca frigorífica da terra, ou a pasteurização da terra. Mas, por muito que hoje lamentemos que a palavra "pasteurização" não conste do Novo Testamento, a referência ao sal como obstáculo à corrupção é, para os portugueses do ano 2010, muito mais feliz. E isto porque, como já deixei dito atrás com alguma elevação estilística, Portugal é um país em salmoura: aqui não entra a corrupção - e a verdade é que andamos todos hipertensos.

Que Portugal é um país livre de corrupção sabe toda a gente que tenha lido a notícia da absolvição de Domingos Névoa. O tribunal deu como provado que o arguido tinha oferecido 200 mil euros para que um titular de cargo político lhe fizesse um favor, mas absolveu-o por considerar que o político não tinha os poderes necessários para responder ao pedido. Ou seja, foi oferecido um suborno, mas a um destinatário inadequado. E, para o tribunal, quem tenta corromper a pessoa errada não é corrupto - é só parvo. A sentença, infelizmente, não esclarece se o raciocínio é válido para outros crimes: se, por exemplo, quem tenta assassinar a pessoa errada não é assassino, mas apenas incompetente; ou se quem tenta assaltar o banco errado não é ladrão, mas sim distraído. Neste último caso a prática de irregularidades é extraordinariamente difícil, uma vez que mesmo quem assalta o banco certo só é ladrão se não for administrador.

O hipotético suborno de Domingos Névoa estava ferido de irregularidade, e por isso não podia aspirar a receber o nobre título de suborno. O que se passou foi, no fundo, uma ilegalidade ilegal. O que, surpreendentemente, é legal. Significa isto que, em Portugal, há que ser especialmente talentoso para corromper. Não é corrupto quem quer. É preciso saber fazer as coisas bem feitas e seguir a tramitação apropriada. Não é acto que se pratique à balda, caso contrário o tribunal rejeita as pretensões do candidato. "Tenha paciência", dizem os juízes. "Tente outra vez. Isto não é corrupção que se apresente."
Ricardo Araújo Pereira

Mapa do Metro de Lisboa (traduzido)

Dicas para sobreviver ao ECD e à ADD, por RAMIRO MARQUES

Dica #1: Afaste-se dos blogues que insistem em publicar posts sobre o estatuto e a avaliação de desempenho; Mas se é masoquista, continue a perder o seu tempo a autoflagelar-se;

Dica #2: Lembre-se de que vai ter de leccionar até aos 65 anos de idade; para quê incomodar-se em encurtar uns anos a chegada ao topo da carreira? o melhor mesmo é poupar energia e deixar o tempo correr; já que a ADD é uma fantochada, limite-se a desempenhar as funções lectivas com dignidade e profissionalismo e concentre o seu tempo e energia naquilo que lhe dá prazer;

Dica #3: Evite ao máximo contactar com o director, afaste-se do gabinete da direcção e passe o menos tempo possível na sala de professores; lembre-se de que há muita vida fora da escola e ainda mais fora da sala de aula; sobretudo não caia na tentação de querer salvar crianças e adolescentes que não têm salvação.

Dica #4: Se tiver turmas CEF, ajuste o seu comportamento à realidade; se os alunos quiserem aprender, ensine; se andam ali apenas para passar o tempo, deixe-os andar;

Dica #5: Afaste-se dos pais o mais que puder e quando lhe apetecer dizer alguma coisa nas reuniões, trinque o lábio inferior e fique calado; lembre-se que tudo aquilo que disser pode ser usado contra si; em caso de conflito, a palavra do professor tem menos peso do que a do aluno ou dos pais.

Dica #6: A maior parte das reuniões não têm utilidade; dê o seu contributo para as encurtar; guarde silêncio do princípio ao fim.

Crise nos combustíveis - Novo carro eléctrico português


Claro que os chulos do Governo e os Magnatas do petróleo não deixam saber destes negócios, nem interessa..
NOVO CARRO ELÉCTRICO PORTUGUÊS - Reportagem sobre o VEP da Escola Superior de Tecnologia de Viseu
MEUS AMIGOS: (ESTE TEMA É MUITO SÉRIO...!!!)
Temos aqui a solução!!! Com este novo modelo de motor Eléctrico, podemos, com 1 Euro, andar 100 Kms. INACREDITÁVEL?? Não!! Pura verdade. O "SISTEMA" POLITICO, NEM DISSE UM "PIU", SOBRE ESTA DESCOBERTA...PALAVRAS PARA QUÊ?

Geração à rasca foi a minha!

Geração à rasca foi a minha. Foi uma geração que viveu num país vazio de gente por causa da emigração e da guerra colonial, onde era proibido ser diferente ou pensar que todos deveriam ter acesso à saúde, ao ensino e à segurança social.

Uma Geração de opiniões censuradas a lápis azul. De mulheres com poucos direitos, mas de homens cheios deles. De grávidas sem assistência e de crianças analfabetas. A mortalidade infantil era de 44,9%. Hoje é de 3,6%.

Que viveu numa terra em que o casamento era para toda a vida, o divórcio proibido, as uniões de facto eram pecado e filhos sem casar uma desonra. Hoje, o conceito de família mudou. Há casados, recasados, em união de facto, casais homossexuais, monoparentais, sem filhos por opção, mães solteiras porque sim, pais biológicos, etc.

A mulher era, perante a lei, inferior. A sociedade subjugava-a ao marido, o chefe de família, que tinha o direito de não autorizar a sua saída do país e que podia, sem permissão, ler-lhe a correspondência.

Os televisores daquele tempo eram a preto e branco, uns autênticos caixotes, em que se colocava um filtro colorido, no sentido de obter melhores imagens, mas apenas se conseguia transformar os locutores em "Zombies" desfocados. Hoje, existem plasmas, LCD ou Tv com LEDs, que custam uma pipa de massa. Na rádio ouviam-se apenas 3 estações, a oficial Emissora Nacional, a católica Rádio Renascença e o inovador Rádio Clube Português. Não tínhamos os Gato Fedorento, só ouvíamos Os Parodiantes de Lisboa, os humoristas da época. Havia serões para trabalhadores todos os sábados, na Emissora Nacional, agora há o Toni Carreira e o filho que enchem pavilhões quase todos os meses. A Lady Gaga vem cantar a Portugal e o Pavilhão Atlântico fica a abarrotar. Os U2, deram um concerto em Coimbra em 2010, e UM ANO antes os bilhetes esgotaram.

As Docas eram para estivadores, e o Cais do Sodré para marujos. Hoje são para o JET 7, que consome diariamente grandes quantidades de bebidas, e não só... O Bairro Alto, era para a malta ir às meninas, e para os boémios. Éramos a geração das tascas, do vinho tinto, das casas do fado e das boites de fama duvidosa. Discotecas eram lojas que vendiam discos, como a Valentim de Carvalho, a Vadeca ou a Sasseti.

As Redes Sociais chamavam-se Aerogramas, cartas que na nossa juventude enviávamos lá da guerra aos pais, noivas, namoradas, madrinhas de guerra, ou amigos que estavam por cá. Agora vivem na Internet, da socialização do Facebook, de SMS e E-Mails cheios de "k" e vazios de conteúdo.

As viagens Low-Cost na nossa Geração eram feitas em Fiat 600, ou então nas viagens para as antigas colónias para combater o "inimigo".

Quem não se lembra dos celebres Niassa, do Timor, do Quanza, do Índia entre outros, tenebrosos navios em que, quando embarcávamos, só tínhamos uma certeza... ...a viagem de ida.

Quer a viagem fosse para Angola, Moçambique ou Guiné, esses eram os nossos cruzeiros.

Ginásios? Só nas coletividades. Os SPAS chamavam-se Termas e só serviam doentes. Coca-Cola e Pepsi, eram proibidas, o "Botas", como era conhecido o Salazar, não nos deixava beber esses líquidos. Bebíamos, laranjada, gasosa e pirolito.

Recordo que na minha geração o País, tal como as fotografias, era a preto e branco. A minha geração sim, viveu à rasca. Quantas vezes o meu almoço era uma peça de fruta (quando havia), e a sopa que davam na escola. E, ao jantar, uma lata de conserva com umas batatas cozidas, dava para 5 pessoas. Na escola, quando terminei o 7ºano do Liceu, recebi um beijo dos meus pais, o que me agradou imenso, pois não tinham mais nada para me dar. Hoje vão comemorar os fins dos cursos, para fora do país, em grupos organizados, para comemorar, tudo pago pelos paizinhos.. Têm brutos carros, Ipad's, Iphones,PC's, …. E tudo em quantidade. Pago pela geração que hoje tem a culpa de tudo!!!

Tiram cursos só para ter diploma. Só querem trabalhar começando por cima. Agora IMAGINEM, o que teriam para contar e escrever sobre a sua geração, se o soubessem fazer os analfabetos, nascidos na década de 30 e 40 do século passado, que viveu os despojos da 2ª. guerra mundial e todos os seus efeitos posteriores, desde o RACIONAMENTO, com o uso de SENHAS, que condicionavam os bens mais comezinhos, como o acesso ao carvão, às bolas de carvão, ao petróleo para uso nos fogareiros, limitava o nº. pães/carcaças às famílias, não havia azeite, açúcar bem como a maioria dos bens alimentares, as famílias completas com 4 e 5 filhos, viviam em buracos telúricos, barracas, quartos ou partes de casa alugadas, as pessoas andavam descalças, rotas mas sem ser por moda, passavam verdadeira fome, empenhavam tudo o que havia em casa à 4ª.Feira, para depois levantar da casa de penhores, se pudessem, ao sábado, dia de receber o reles salário, num ciclo vicioso. Os atrás citados, são a geração dos atuais avós ou bisavós, que ainda vivos continuam a não contar aos descendentes por vergonha do seu passado e depois na ânsia de darem uma vida melhor aos seus filhos e netos os estragaram com mimos e benesses e contribuíram inconscientemente, para que eles enveredassem desmesuradamente pelo consumismo de toda a ordem, criando uma dívida descomunal sem procedentes na história do país. Esta é que é uma verdade insofismável que poucos tem a coragem de contar.Na minha geração, dos jovens só se esperava que fossem para a tropa ou emigrassem. Na minha Geração o País, tal como as fotografias, era a preto e branco.

Afinal qual é a geração à rasca?

Reforma

A reforma está nos 65 anos...
Irá para os 67 anos...
Porque não para os 69?
Se temos que ser fodidos, ao menos escolhíamos a posição!!!

Pensamento do dia

"Pôr o Sócrates a gerir os 78 mil milhões é como promover o Bibi a chefe dos escuteiros"

terça-feira, 17 de maio de 2011

Se é Sacrifícios...sacrifícios...

A moralidade de pedir sacrificios, que acatamos porque o momento é critico tem, também, de ser para todos ...por issso aconteceu Abril......

Inês Pedrosa (socialista), disse: Sacrifícios...sacrifícios...sacrifícios, numa governação miserável . Algo tem que mudar, e depressa. Sacrícios...sacrifícios...sacrifícios ! Sacrificarmo-nos é prescindirmos de um bem imediato a favor de um bem futuro - e, supostamente, maior. Os pais sacrificam-se pelo futuro dos filhos - mas de que lhes vale o sacrifício, quando, por mais renúncias, privações e sacrifício que se façam, o horizonte desse futuro é cada vez mais nebuloso? Não vivi época alguma em que não se exigissem sacrifícios aos portugueses. Antes da democracia, nem se lhes exigiam, impunham-se mas fizemos um 25 de Abril para construir uma democracia; voltamos à ditadura? Para quando o fascismo declarado? Mas há limites para os sacrifícios que se podem pedir à população. Sobretudo, não pode pedir-se ao povo que aperte os furos do cinto que já não tem, enquanto as elites nadam num mar de ostentação que é já mais do que acintoso - é uma provocação. Entre 1983 e 85, o governo de Mário Soares chegou a cortar o 13º mês - e os portugueses acataram o sacrifício, entendendo que seria para o bem comum. Mas agora essa ilusão está perdida: o PEC - que o Expresso rebaptizou com exactidão como 'Plano de Emagrecimento do Contribuinte', e que também pode significar 'Plano de Empobrecimento da Canalha' - é um atentado aos direitos dos cidadãos. Porquê? Porque esfola os já esfolados - a classe média, que nos últimos anos tem decaído perigosamente para as franjas da pobreza. As grandes fortunas continuarão imunes e impantes: nunca estão em nome dos seus donos, vicejam em offshores, não são declaradas. Será difícil apanhá-las? Não me parece: é fazer as contas aos bólides, mansões, jóias, barcos e outras luxarices, e ir atrás das declarações fiscais dos seus usufrutuários. Antes disso, há coisas simples: a primeira e mais importante é dar um sinal de autêntica austeridade a partir de cima. Cortar prémios de gestão (eles já têm os seus chorudos salários). Mas não chega: é preciso reduzir os salários dos gestores públicos. Se a presidente-executiva da EDP Renováveis tem um salário bruto de 348 mil euros ano (praticamente 25 mil euros por mês), como é que querem que o povo aceite de bom grado um aumento na conta da luz ou perder parte do seu pobre salário? Bancos com lucros diários de UM MILHÃO de euros!!! Por outro lado, não são os deputados os representantes dos seus eleitores? Então porque é que os ditos eleitores voam por essa Europa (os que podem, claro), em classe turística, e os bilhetinhos de avião dos nossos representantes, mesmo para viagens de duas ou três horas, têm de ser de executiva? Dizem-me alguns que 'a dignidade do cargo' assim o exige. Confesso que tenho a maior dificuldade em perceber o que seja isso da 'dignidade do cargo'. Dignidade têm, ou devem ter, as pessoas. Todas. Acresce que os representantes do povo devem misturar-se com ele, para poderem representá-lo em consonância. Os poetas e escritores, quando convidados por instituições públicas portuguesas a representar o país em conferências ou festivais internacionais, viajam sempre em turística. Explicar-me-ão que dignidade superior possuem os nossos deputados, em relação aos escritores? Só o exemplo resulta, quando se pretende educar ou moralizar. Isto é válido para as crianças como para as nações. Dois terços dos trabalhadores por conta de outrem recebem menos de 900 euros líquidos por mês. Pergunto: como se pode retirar ainda mais a quem já tão pouco tem? Os dados do Instituto Nacional de Estatística mostram também que há cada vez mais gente a trabalhar mais horas - quase um milhão de pessoas trabalham mais de 41 horas semanais e mais de 330 mil têm dois empregos, para conseguirem sobreviver. É assim que se incentiva o emprego, a esperança, a qualidade de vida - e a sempre tão oficiosamente desejada natalidade? . Arre. Basta. Algo tem que mudar, e depressa.
I. Pedrosa

"LOST" (versão portuguesa)

 Pedro e Maria estão num voo para a Austrália para comemorar seu 40.º aniversário de casamento.
 De repente, o comandante anuncia pelos altifalantes:
 - Senhoras e senhores tenho más notícias. Os nossos motores estão a deixar de funcionar e vamos tentar aterrar de emergência. Por sorte, vejo uma ilha não catalogada nos mapas logo abaixo de nós e, por isso, vamos tentar aterrar na praia.
Ele aterrou com êxito, mas avisou os passageiros:
- Isto aqui é o fim do mundo e é muito provável que nós não sejamos resgatados e tenhamos que viver nesta ilha para o resto das nossas vidas!
Nesse instante, Pedro pergunta à mulher:
- Maria, entregaste o nosso IRS antes de viajarmos?
- Ai não, Pedro. Eu esqueci-me completamente!...
Pedro, eufórico, agarra a mulher e afinfa-lhe o maior beijão de todos os 40 anos de casamento.
A Maria não entende e pergunta:
- Pedro! Porque me beijaste agora dessa maneira?
Responde ele:
- Os gajos das Finanças vão encontrar-nos!!

O Grande Maestro, José Sócrates Pinto de Sousa - Crónica de Santana Castilho, in Publico

Frederico II, O Grande, rei da Prússia, disse que "a trapaça, a má fé e a duplicidade são, infelizmente, o carácter predominante da maioria dos homens que governam as nações". José Sócrates Pinto de Sousa, o grande maestro, ilustra-o. Na farsa de Matosinhos, a que o PS chamou congresso, usou bem a batuta da mistificação e deu o tom para o que vai ser a sua campanha: ilibou-se de responsabilidades pela crise e condenou o PSD; tendo preparado, astutamente, a queda do Governo, ei-lo, agora, cinicamente, a passar para o PSD o ónus da vulnerabilidade que nos verga. Como a memória é curta e o conhecimento não abunda, os hesitantes impressionam-se com o espalhafato e o discurso autoritário, ainda que recheado de mentiras. Porque em tempo de medo e de apreensão, a populaça não gosta de moleza.
O aviso fica feito: não menosprezem as sondagens. Urge clarificar e não ser ambíguo. Eu não vou ser.
1. Na segunda metade de 2009, as escutas do caso Face Oculta trouxeram à superfície a teia subterrânea que preparava a aquisição da Media Capital pela PT. Objectivo? Condicionar a orientação noticiosa da TVI, afastar José Eduardo Moniz e calar Manuela Moura Guedes. Que mão segurou a batuta deste tenebroso conúbio entre a política e o dinheiro?
Este é um, apenas um episódio, de uma longa série de acções para calar a opinião livre e subjugar o espaço público, que o grande maestro protagonizou. José Manuel Fernandes, Henrique Monteiro e Mário Crespo, entre outros, denunciaram-nas, sem peias. Se não vos assusta o poder hegemónico e incontestável, voltem a votar nele. Se vos chega uma democracia amordaçada, escolham-no uma vez mais.
2. Para encontrar alguma analogia com a cadeia de escândalos que envolveram José Sócrates, temos que ir à Itália de Berlusconi. Na nossa História não há precedente que lhe dispute tamanho mar de lama. Da licenciatura na Independente às escutas oportunamente silenciadas pelo Supremo Tribunal de Justiça, passando pela saga escabrosa dos projectos de engenharia da Guarda, os mistérios dos apartamentos da Braamcamp e os inarráveis processos Cova da Beira e Freeport, saiu sempre judicialmente ileso, o grande maestro. Como Il Cavaliere. Se isso vos chega e querem manter um primeiro-ministro que se julga ungido de clarividência única, medíocre e incompetente, que vos mente sem rebuços, teimosamente cego, presumido omnisciente e contumaz calcador de todos os escrutínios morais, só têm que esperar até 5 de Junho. Votem nele.
3. As obras públicas entranharam em Sócrates, compulsivo, a ideia que criam emprego. Viu-se com os vários estádios do Euro 2002, que nos custaram milhões e qualquer dia serão destruídos sem glória nem uso. Estamos por ora salvos da loucura do TGV e das imprudências, dadas as circunstâncias, do aeroporto e da terceira ponte sobre o Tejo. Mas se quiserem a megalomania de volta, mais Magalhães a pataco, quadros interactivos inúteis e escolas novas destruídas para que o grande maestro inaugure outras mais modernas, é só votar nele, já em Junho.
4. Sócrates foi, durante os seis anos da sua governação, o grande maestro da táctica para esconder os números do endividamento externo e a realidade do défice e das contas públicas. Depois de utilizar irresponsavelmente o Orçamento de Estado de 2009 para colher benefícios eleitorais, negou sempre que a crise financeira nos tocava. Desorçamentou e manipulou contabilisticamente as contas do Estado, até ao limiar da bancarrota e ao pedido de assistência financeira, que humilha Portugal. Se querem ajudar a destruir o resto, portugueses, votem nele, uma vez mais.
5. Enxerguem-se, portugueses: se somarmos à actual dívida pública a dívida das empresas públicas, chegamos a 125 por cento do PIB (o nosso PIB anda pelos 172 mil milhões de euros); a este número, medonho, somem mais 60 mil milhões, a pagar pelos nossos filhos e netos, que o grande maestro foi comprometendo em parcerias público/privadas, com as empresas do regime; quando, em 2005, arrebatou a batuta, o grande maestro encontrou 6,6 por cento de taxa de desemprego; agora, em 2011, o grande maestro abandonou à sua sorte uma triste banda de quase 700 mil desempregados, 11,1 por cento de taxa de desemprego, a pior desde que há registos em Portugal; estamos no "Top Ten" dos países mais caloteiros do mundo (100 por cento do PIB de dívidas das famílias portuguesas, mais 150 por cento do PIB de dívidas das empresas lusas, tudo por volta de 430 mil milhões de euros); temos a maior vaga de emigração de licenciados de todos os tempos, a segunda pior taxa de fuga de cérebros no universo da OCDE e a terceira no que toca ao abandono escolar. Se este painel factual não vos belisca, votem nele. Ofereçam-lhe uma batuta vitalícia e entronizem-no, até que o céu vos caia em cima.
6. Esclareçamos que a assistência financeira apenas nos tira a corda do pescoço nos próximos dois a três anos, na medida em que nos assegura honrarmos os compromissos da divida pública. Mas não resolve o problema do crescimento económico, que supõe outra política. Se acreditam que o vosso coveiro pode ser o vosso salvador, votem no grande maestro e enterrem-se sozinhos, que ele já está, obviamente, protegido e salvo, pronto para a sua antecipada reforma dourada, que nenhuma troika cortará.
in jornal Público, 27 de Abril de 2011

O orgulho do 1º Ministro

Póstroika

Um alemão chateado com o Zézocas

What the Finns need to know about Portugal.

Novo símbolo

Sócrates vs Sheila

Quando ouço José Sócrates falar da sua governação fabulosa, cheia de atributos, que deve encher de orgulho os portugueses, e comparo as projecções do nosso Primeiro-Ministro com as dos bancos internacionais e das agências de rating (que nos empurram em termos de performance para o fundo do pelotão do Euro, só superados pela Grécia), não sei porquê, lembro-me sempre daquele anúncio de jornal:

ORDENADOS MENSAIS - SALÁRIOS DE OURO

AGRADECE-SE QUE NO DIA 5 DE JUNHO VOTEM PARA MANTER A SITUAÇÃO

A CRISE!!! É TRISTE MAS É VERDADE! E HÁ MUITOS MAIS...

ISTO SÃO ORDENADOS MENSAIS!!!

E A CRISE? SE FOSSEM SÓ ESTES!...

ATENÇÃO! ISTO SÃO ORDENADOS MENSAIS!!!
REPASSEM PARA TODOS OS VOSSOS CONTACTOS E SE CRIE UM MOVIMENTO NACIONAL QUE PRESSIONE O GOVERNO, ATRAVÉS DE AGRAVAMENTO DE IMPOSTOS, A CORRIGIR ESTA SITUAÇÃO DE TREMENDA INJUSTIÇA!!!! O GOVERNO JÁ FEZ ALGUMA COISA NESSE SENTIDO, É CERTO, QUE, TODAVIA PARECE REVELAR-SE INSUFICIENTE! ISTO É UMA AFRONTA AOS MILHÕES DE PORTUGUESES QUE SE DEBATEM COM MUITAS DIFICULDADES PARA SOBREVIVER, PARA NÃO FALAR NOS MISERÁVEIS QUE POR AÍ HÁ!!! O MAL DE PORTUGAL E DO MUNDO, CRIADO PELO SISTEMA CAPITALISTA, TAL COMO TEM SIDO GERIDO, RESULTA DISTO MESMO, DAS ENORMÍSSIMAS DESIGUALDADES SOCIAIS. EM PAÍSES COMO A DINAMARCA, SUÉCIA, NORUEGA FINLÂNDIA, POR EXEMPLO, ONDE FOI APLICADA LOGO NO APÓS GUERRA MUNDIAL UMA POLÍTICA DE MAIOR JUSTIÇA SOCIAL, NÃO SE VERIFICAM SITUAÇÕES COMO ESTAS, PORQUÊ? PORQUE, ENQUANTO QUE UM GESTOR PÚBLICO NESSES PAÍSES RECEBE CERCA DE 50% MENOS DE SALÁRIO QUE OS GESTORES PORTUGUESES, AO CONTRÁRIO, O SALÁRIO MÍNIMO NESSES MESMOS PAÍSES, TRIPLICA O SALÁRIO MÍNIMO QUE É PRATICADO EM PORTUGAL.É TÃO SIMPLES QUANTO ISTO. TOMEMOS, TODOS, CONSCIÊNCIA DESTA SITUAÇÃO QUE NOS DEVIA ENVERGONHAR A TODOS!!!

Nova fragata da Marinha (versão FMI)

Porque não voto em ti José

Porque não voto em ti, José
por AntónioDeJosé

Tu podes dizer que te perseguiram, que te fizeram a cama, que te tramaram, que as tuas intenções eram as melhores e que querias evitar a todo o custo a ajuda externa. Tudo isso até pode ser verdade, mas olha que me fazes lembrar o Vale e Azevedo.

Tens de me explicar como conseguiste tornar o PS no "teu partido". Assim é que é: 93% de apoio! Tu és o líder, tu és o chefe, tu és o comandante, tu és o pai, o filho, o espírito santo. O partido és tu e é teu.

Zé, assim não vamos lá. Que consigas enganar os "crentes" é uma coisa, agora querer enganar outra vez a gente, é outra.

Oh Zé. Tu lixaste a gente, deixaste-nos na merda, pá. Vai pró caraças, mas estás a querer fazer-nos de estúpidos.

Será que não tens vergonha, será que não tens um pingo de humildade para que caias em ti e reconheças os teus pecados e os teus erros?

Repara só:
- 800 000 desempregados;
- Bancarrota;
- Facturas elevadíssimas a vencer nos próximos anos;
- Uma imagem péssima do país no estrangeiro:
- Caloteiros, calaceiros, vigaristas, trapaceiros, corruptos, mentirosos, malandros, estúpidos, teimosos, etc.
- As reformas todas por fazer, as nossas empresas, bancos e empresários mal vistos e mal cotados.
- Uma divida pública astronómica;
- A nossa indústria desamparada;
e etc, etc....

Tu que tiveste uma maioria, que tiveste as condições que poucos tiveram, lembra-te que quando te elegemos, em 2005, nós estávamos fartos de Durões, Santanas, de sermos desgovernados e tu, sim TU, puseste-nos na miséria pá.

Oh Zé, deixa-me que te explique isto a ver se entra na tua cabeça.
TU JÁ NÃO SERVES PARA REPRESENTAR OS NOSSOS INTERESSES.
TU ESTÁS AVARIADO, ESTRAGADO, QUEIMADO.
A tua teimosia, a tua estupidez, a tua soberba demonstrou um gajo que não sabe negociar, que não sabe gerir, que não sabe o que é um país, que não sabe o que é ser-se íntegro e o que é servir.
O que tu tens é um grande PATUÁ. Só que não chegou para os mercados.
O que pensariam de nós se voltasses a ser parte do problema, tu que FOSTE, E ÉS O PROBLEMA?

Uma coisa te garanto:
EM TI NÃO VOTO !
Este é um dos Desígnio Nacional: pôr-te na prateleira, na galeria dos notáveis que nos enganaram. E nenhum nos enganou tanto como tu.

Olha Zé, não estou nada porreiro, pá.
E quero que vás PRÓ BORDALO.

Sócrates - O pastor da IURD

O pastor da IURD 
18 de Abril, 2011 por José António Saraiva

No congresso do PS em Matosinhos, José Sócrates deu imensas «garantias»  sobre variadíssimas coisas. E fê-lo cheio de convicção, como se acreditasse no que dizia. E os que o escutavam pareciam também acreditar. Não seria aquele o mesmo homem que, dois dias antes de pedir ajuda externa, afirmava que Portugal não precisaria de fazer nenhum empréstimo ao estrangeiro?
Em Matosinhos, Sócrates proclamou também que o PS vai salvar o país da crise em que a «irresponsabilidade da oposição» o mergulhou.
E atacava o comportamento do PSD, enfatizando: «Nós não vamos deixar que se esqueça o passado».
E dizia isto sem se rir.
Como se não fosse o mesmo homem que chefiou o Governo durante os últimos seis anos.
Sócrates dirá estas coisas com convicção ou com calculado cinismo?
Fá-lo-á inconscientemente ou terá plena consciência do que está a fazer?
Estará alucinado ou será um propagandista bem ciente do seu papel? O caso é grave.
Ao assistir ao que se passava naquele salão de Matosinhos, eu interrogava-me: o PS não corre o risco de ser empurrado para uma aventura por um homem obcecado, megalómano e ansioso por uma revanche?
Aquele ambiente de hiper-excitação e glorificação acéfala do líder não será o prenúncio do fim?
SERÁ que no PS está tudo bom da cabeça?
Será que o PS se esqueceu de que, nos últimos 15 anos, esteve 12 no poder?
E de que valem as garantias de alguém que, por isto ou por aquilo, não cumpriu quase nenhuma das promessas que fez?
As suas promessas foram caindo uma a uma: a baixa dos impostos, o crescimento da economia, as grandes obras públicas, a diminuição do desemprego, a criação de 150 mil novos postos de trabalho, a redução do défice, etc., etc.
As raras promessas que Sócrates cumpriu foram as mais fáceis: a despenalização do aborto e o casamento dos homossexuais.
Percebe-se que as pessoas continuem a apreciar a sua energia, a sua combatividade, a sua resistência, o seu jeito para virar as culpas contra os adversários, o seu talento de vendedor, até o seu cinismo; mas depois de todas as cambalhotas a que assistimos, alguém de boa-fé poderá ainda acreditar nas suas garantias ? De há três anos para cá, José Sócrates perdeu a capacidade de se antecipar aos acontecimentos - e passou a correr como um louco atrás deles.
Começou a tentar tapar com medidas avulsas os buracos que iam surgindo.
E, através de uma propaganda agressiva e dispendiosa, tentou criar uma realidade artificial.
Mas a realidade acaba sempre por se impor - e o Governo viu-se forçado a lançar mão de sucessivos PECs. Sentia-se que o país escorregava num plano inclinado do qual não conseguia sair. Por essa razão, muita gente sentiu-se aliviada com o pedido de ajuda externa: era preciso interromper aquela correria sem fim à vista.
Agora, o líder socialista continua a correr desvairadamente atrás de uma quimera.
Recauchutado, apresenta-se como novo às eleições.
Na história que conta, tudo corria bem em Portugal - até que a oposição, num acto irresponsável, lançou o país na desgraça.
E os socialistas fingem acreditar, porque é o que querem ouvir.
No discurso final do Congresso, quando se esperava uma intervenção cautelosa chamando os portugueses à realidade, abrindo as portas a futuros compromissos, preparando o país para as dificuldades que aí vêm, Sócrates não resistiu a ser ele próprio: fanfarrão, glorificando a sua governação, espadeirando à direita e à esquerda, prometendo mundos e fundos.
Sócrates não parecia um candidato a primeiro-ministro: parecia o pastor de uma igreja evangélica.
E o Congresso do PS não parecia o Congresso de um partido político: parecia um encontro da IURD. Jaime Gama foi o único que mostrou lucidez. O resto dos socialistas quer continuar a viver no reino da ilusão.

Idade Média

"Nas últimas semanas beatificámos um Papa, casámos um príncipe, fizemos uma cruzada e matámos um mouro.
Bem-vindos à Idade Média!
"

domingo, 8 de maio de 2011

Chegámos a falência. Porquê???


PORQUE ESTAMOS NA FALÊNCIA




420.000,00 €
TAP
administrador
Fernando Pinto
371.000,00 €
CGD
administrador
Faria de Oliveira
365.000,00 €
PT
administrador
Henrique Granadeiro
250.040,00 €
RTP
administrador
Guilherme Costa
249.448,00 €
BdPortugal
administrador
Vítor Constâncio
247.938,00 €
ISP
administrador
Fernando Nogueira
245.552,00 €
CMVM
Presidente
Carlos Tavares
233.857,00 €
ERSE
administrador
Vítor Santos
224.000,00 €
ANA COM
administrador
Amado da Silva
200.200,00 €
CTT
Presidente
Mata da Costa
134.197,00 €
Parpublica
administrador
José Plácido Reis
133.000,00 €
ANA
administrador
GuilherminoRodrigues
126.686,00 €
ADP
administrador
Pedro Serra
96.507,00 €
Metro Porto
administrador
António Fonseca
89.299,00 €
LUSA
administrador
Afonso Camões
69.110,00 €
CP
administrador
Cardoso dos Reis
66.536,00 €
REFER
administrador
Luís Pardal: Refer
66.536,00 €
Metro Lisboa
administrador
Joaquim Reis
58.865,00 €
CARRIS
administrador
José Manuel Rodrigues
58.859,00 €
STCP
administrador
Fernanda Meneses
3.706.630,00 €







51.892.820,00 €
Valor do ordenado anual (12 meses + subs Natal + subs férias)
926.657,50 €
Média Prémios


52.819.477,50 €







900,00 €
Média de um funcionário público




58.688,31 - nº de funcionários públicos que dá para pagar com o mesmo dinheiro






E DEPOIS AINDA QUEREM SABER SE A MALTA ESTÁ DISPOSTA A ABDICAR DO SUBSÍDIO DE FÉRIAS E/OU NATAL PARA AJUDAR O PAÍS...



O Papa depois da visita ao Porto..só porque ia de vermelho e porque invocou o nome "Jesus"


A respeito do TGV...


 Luís Campos e Cunha, ex-Ministro das Finanças

 "Não sei para que é que querem gastar dinheiro no TGV se podem perfeitamente oferecer um Porsche a cada português gastando menos."

Modelo de chefe português


Um elefante vê uma cobra pela primeira vez. Muito intrigado pergunta:
- Como é que fazes para te deslocar? Não tens patas!...
- É muito simples - responde a cobra - rastejo, o que me permite avançar.
- Ah... E como é que fazes para te reproduzires? Não tens tomates!...
- É muito simples - responde a cobra já irritada - ponho ovos.
- Ah... E como é que fazes para comer? Não tens mãos nem tromba para levar a comida à boca!...
- Não preciso! Abro a boca assim, bem aberta, e com a minha enorme garganta engulo a minha presa directamente.
- Ah... Ok! Ok! Então, resumindo... rastejas, não tens tomates e só tens garganta... És Chefe de quem?

Foleiros & doutores, por Manuel A. Pina

Premiado sente-se insultado pelo estado e rejeita aceitação

PAULO NOZOLINO DEVOLVE PRÉMIO AICA/MCCOMUNICADO

Recuso na sua totalidade o Prémio AICA/MC 2009 em repúdio pelo comportamento obsceno e de má fé que caracteriza a actuação do Estado português na efectiva atribuição do valor monetário do mesmo. O Estado, representado na figura do Ministério da Cultura (DGARTES), em vez de premiar um artista reconhecido por um júri idóneo pune-o! Ao abrigo de "um parecer" obscuro do Ministério das Finanças, todos os prémios de teor literário, artístico e científico não sujeitos a concurso são taxados em 10% em sede de IRS, ao contrário do que acontece com todos os prémios do mesmo cariz abertos a candidaturas.
A saber: Quem concorre para ganhar um prémio está isento de impostos pelo Código de IRS. Quem, sem pedir, é premiado tem que dividir o seu valor com o Estado!
Na cerimónia de atribuição do Prémio foi-me entregue um envelope não com o esperado cheque de dez mil euros, como anunciado publicamente, mas sim com uma promessa de transferência bancária dessa mesma soma, assinada por Jorge Barreto Xavier, Director Geral das Artes. No dia seguinte, depois do espectáculo, das luzes e do social, recebo um e-mail exigindo-me que fornecesse, para que essa transferência fosse efectuada, certidões actualizadas da minha situação contributiva e tributária, bem
como o preenchimento de uma nota de honorários, onde me aplicam a mencionada taxa de 10%, cuja existência é justificada pelo Director Geral das Artes como decorrendo de um pedido efectuado por aquela entidade à Direcção-Geral dos Impostos para emitir "um parecer no sentido de que, regra geral, o valor destes prémios fosse sujeito a IRS".
Tomo o pedido de apresentação das certidões como uma acusação da parte do Estado de que não tenho a minha situação fiscal em dia e considero esse pedido uma atitude de má fé. A nota de honorários implica que prestei serviços à DGARTES. Não é verdade. Nunca poderia assinar tal documento.

Se tivesse sido informado do presente envenenado em que tudo isto consiste não teria aceite passar por esta charada.
Nunca, em todos os prémios que recebi, privados ou públicos, no país ou no estrangeiro, senti esta desconfiança e mesquinhez. É a primeira vez que sinto a burocracia e a avidez da parte de quem pretende premiar Arte. Não vou permitir ser aproveitado por um Ministério da Cultura ao qual nunca pedi nada. Recuso a penhora do meu nome e obra com estas perversas condições. Devolvo o diploma à AICA, rejeito o dinheiro do Estado e exijo não constar do historial deste prémio.


Paulo Nozolino
1 de Julho de 2010



http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/lazer/cultura/paulo-nozolino-devolve-premio

A Obesidade Mental - Andrew Oitke/por João César das Neves

Por João César das Neves - 26 de Fev. 2010


O prof.  Andrew Oitke publicou o seu polémico livro «Mental Obesity», que revolucionou os campos da educação, jornalismo e relações sociais em geral.
Nessa obra, o catedrático de Antropologia em Harvard introduziu o conceito em epígrafe para descrever o que considerava o pior problema da sociedade moderna.
«Há apenas algumas décadas, a Humanidade tomou consciência dos perigos do excesso de gordura física por uma alimentação desregrada.
Está na altura de se notar que os nossos abusos no campo da informação e conhecimento estão a criar problemas tão ou mais sérios que esses.»
Segundo o autor, «a nossa sociedade está mais atafulhada de preconceitos que de proteínas, mais intoxicada de lugares-comuns que de hidratos de carbono.
As pessoas viciaram-se em estereótipos, juízos apressados, pensamentos tacanhos, condenações precipitadas.
Todos têm opinião sobre tudo, mas não conhecem nada.
Os cozinheiros desta magna "fast food" intelectual são os jornalistas e comentadores, os editores da informação e filósofos, os romancistas e realizadores de cinema.
Os telejornais e telenovelas são os hamburgers do espírito, as revistas e romances são os donuts da imaginação.»
O problema central está na família e na escola.
«Qualquer pai responsável sabe que os seus filhos ficarão doentes se comerem apenas doces e chocolate.
Não se entende, então, como é que tantos educadores aceitam que a dieta mental das crianças seja composta por desenhos animados, videojogos e telenovelas.
Com uma «alimentação intelectual» tão carregada de adrenalina, romance, violência e emoção, é normal que esses jovens nunca consigam depois uma vida saudável e equilibrada.»
Um dos capítulos mais polémicos e contundentes da obra, intitulado "Os Abutres", afirma:
«O jornalista alimenta-se hoje quase exclusivamente de cadáveres de reputações, de detritos de escândalos, de restos mortais das realizações humanas.  
A imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir, agredir e manipular.»
O texto descreve como os repórteres se desinteressam da realidade fervilhante, para se centrarem apenas no lado polémico e chocante.
«Só a parte morta e apodrecida da realidade é que chega aos jornais.»
Outros casos referidos criaram uma celeuma que perdura.
«O conhecimento das pessoas aumentou, mas é feito de banalidades.
Todos sabem que Kennedy foi assassinado, mas não sabem quem foi Kennedy.
Todos dizem que a Capela Sistina tem tecto, mas ninguém suspeita para que é que ela serve.
Todos acham que Saddam é mau e Mandella é bom, mas nem desconfiam porquê.
Todos conhecem que Pitágoras tem um teorema, mas ignoram o que é um cateto».
As conclusões do tratado, já clássico, são arrasadoras.
«Não admira que, no meio da prosperidade e abundância, as grandes realizações do espírito humano estejam em decadência.
A família é contestada, a tradição esquecida, a religião abandonada, a cultura banalizou-se, o folclore entrou em queda, a arte é fútil, paradoxal ou doentia.
Floresce a pornografia, o cabotinismo, a imitação, a sensaboria, o egoísmo.
Não se trata de uma decadência, uma «idade das trevas» ou o fim da civilização, como tantos apregoam.
É só uma questão de obesidade.
O homem moderno está adiposo no raciocínio, gostos e sentimentos.
O mundo não precisa de reformas, desenvolvimento, progressos.
Precisa sobretudo de dieta mental.»