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> Suspender agora esta avaliação dos Professores é um serviço que se
> presta ao ensino público neste País
>
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> "Suspender o processo de avaliação desde já, e numa altira em que
> cresce o número de escolas que, opor motu proprio, suspendem todo o
> processo, permitirá", entre outros aspectos, "recentrar a atenção dos
> professores naquela que é a sua primeira e funmdamental missão -
> ensinar", sublinha a declaração lida por Mário Nogueira, na tarde de
> 24 de Outubro (sexta-feira), na conferência de imprensa convocada pela
> Plataforma Sindical.
>
> Esclarece, desde logo, o documento entregue e comentado aos jornalistas:
> Os sindicatos de professores já o tinham anunciado, na declaração para
> a acta que consumou o "memorando de entendimento" que firmaram com o
> ME em Março deste ano: "a Plataforma Sindical dos Professores, no que
> à avaliação diz respeito, reafirma o seu desacordo com o modelo
> imposto pelo ME, reafirma, ainda, que os pressupostos base da actual
> situação de profundo conflito em nada alteram as divergências de fundo
> que as organizações sindicais mantêm …".
>
> Ora, o conflito atrás referido, serenado que foi até ao final do ano
> lectivo anterior, reacende-se de imediato, e mais forte ainda, quando
> os professores se apercebem da verdadeira dimensão do "monstro" que
> têm pela frente. Não é, infelizmente, o único motivo mas será, estamos
> seguros, o que mais pesa na ideia cada vez mais sedimentada de que
> assim não se pode ser professor.
>
> De facto, bastou um mês de aulas para todos os professores e
> educadores terem claro que este modelo não é capaz sequer de ser
> instalado, quanto mais aplicado com um mínimo de equidade.
>
> A Plataforma destaca em seguida um conjunto de razões que justificam
> aquela afirmação.
>
> Desde logo a enorme complexidade do modelo, sujeito a leituras tão
> difusas quanto distantes entre si e que nem o próprio Ministério da
> Educação consegue explicar devidamente.
> Dentro desta complexidade, a instalação do modelo revela-se morosa,
> muito divergente nos ritmos que as escolas conseguem encontrar e
> dificultada ainda pela falta de informação cabal e inequívoca às
> perguntas que vão, naturalmente, aparecendo
>
> Por outro lado, decorrente de bizarras concepções do papel de quem
> avalia, as decorrentes do próprio modelo e outras ligadas ao universo
> de avaliadores que o ME definiu, está já latente um clima de
> contestação à indigitação destes, registando-se em muitos casos uma
> inversão de papeis no binómio avaliador-avaliado.
>
> A maioria dos itens constantes das fichas não são passíveis de ser
> universalizados. Alguns só se aplicam a um número reduzido de
> professores. Outros, pelo seu grau de subjectividade, ressentem-se de
> um problema estrutural - não existem quadros de referência em função
> dos quais seja possível promover a objectividade da avaliação do
> desempenho
>
> Suspender é uma atitude
> de responsabilidade
>
> A Plataforma Sindical realça ainda:
> As questões colocadas anteriormente assumem um papel fundamental nas
> arbitrariedades que se têm sucedido porque, o modelo centra-se nas
> responsabilidades individuais e não no contributo para o
> desenvolvimento de uma cultura de avaliação
>
> Assim, suspender o processo de avaliação desde já, e numa altura em
> que cresce o número de escolas que, por motu proprio, suspendem todo o
> processo, permitirá, como sublinha Plataforma:
>
> 1. Recentrar a atenção dos professores naquela que é a sua primeira e
> fundamental missão - ensinar
>
> 2. Permitir assim que os professores se preocupem prioritariamente com
> quem devem - os seus alunos
>
> 3. Antecipar em alguns meses a negociação de um outro modelo de
> avaliação do desempenho docente, quando já estão em circulação outras
> propostas, radicalmente diferentes e surgidas do meio sindical
>
> 4. Dirigir as energias das partes contratuais (ME/Sindicatos) para a
> problematização e renegociação dos principais eixos da desastrosa
> política educativa deste Governo, que incluem, inevitavelmente o
> Estatuto da Carreira Docente e a gestão e administração das escolas.
>
> Enquanto que para a Ministra, de acordo com declarações recentes
> citadas na comunicação social, pedir a suspensão da avaliação é uma
> "infantilidade", para a Plataforma Sindical, o acto de supensão deste
> burocrático processo de avaliação será uma atitude de
> responsabilidade, como destacou Mário Nogueira, secretário-geral da
> FENPROF.Tal como será também uma atitude de responsabilidade, desde já
> vincada pelos sindicatos, a proposta de arranque de um processo
> negocial apontado a um sistema de avaliação coerente e adequado ao
> trabalho dos professores.
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