AIG e Fortis 'estoiram' dinheiro em luxo depois de saírem da falência
Crise financeira/EUA
Mais de metade dos estados sem liquidez para pagar serviços públicos até ao final do mês
O presidente do Eurogrupo, o luxemburguês Jean-Claude Juncker, alertou hoje que é ainda muito cedo para dar o sinal de que a crise financeira já passou, considerando qualquer entusiasmo «exagerado»
«Apesar da reacção positiva dos mercados nos dois últimos dias, não há razão para declarar o fim da crise financeira e passar a um estado de entusiasmo exagerado», disse Juncker no parlamento luxemburguês.
Jean-Claude Juncker é também primeiro-ministro e ministro das Finanças do Luxemburgo, para além de presidente do Eurogrupo, que reúne os ministros das Finanças dos 15 países da zona Euro.
Numa tentativa desesperada de restaurar a confiança no sistema financeiro, os governos europeus destinaram cerca de 2 biliões (milhões de milhões) de euros para ajudar os bancos enfraquecidos com a crise e garantir os empréstimos entre entidades financeiras.
Na segunda-feira, os mercados bolsistas na Europa receberam bem as medidas, com muitos a registarem subidas recorde.
Ainda assim, as bolsas recuperaram de níveis baixíssimos a que tinham chegado na semana passada, uma das piores em muitos anos.
Crise financeira
AIG e Fortis 'estoiram' dinheiro em luxo depois de saírem da falência
Depois de os dinheiros estatais terem salvado o mercado, a seguradora AIG gastou 330 mil euros em banquetes, partidas de golfe e massagens num resort da Califórnia. Já o Fortis levou 50 distribuidores a Monte-Carlo e pagou-lhes um pequeno-almoço de três mil euros por pessoa
A polémica instalou-se. Algumas das instituições bancárias que estavam à beira da falência e que foram salvas pelos planos de emergência financeira do seu país decidiram 'festejar' os novos tempos de bonança com luxo, como explica o Jornal de Negócios.
Poucos dias depois de o Governo norte-americano ter salvado a seguradora AIG, alguns dos seus executivos gastaram centenas de milhares de dólares num SPOA de luxo na Califórnia. A factura, paga pela AIG, ascende aos 330 mil euros em alojamento, partidas de golfe e massagens.
A Casa Branca considerou «bastante desprezível» a atitude dos líderes da AIG. Mas a seguradora não foi a única.
Na Europa, o Fortis organizou um evento gastronómico num dos melhores restaurantes do Mónaco, pouco tempo depois de o BNPO Paribas o ter resgatado. A factura foi de 150 mil euros por um pequeno-almoço para 50 pessoas no Hotel de Paris Monte Carlo, ou seja, três mil euros por pessoa.
As condutas de ambas as instituições estão a causar indignação junto de académicos e líderes políticos, que consideram que esta vai ser também uma parte importante na história que esta crise está a fazer.
Crise financeira/EUA
Mais de metade dos estados sem liquidez para pagar serviços públicos até ao final do mês
A crise financeira deixou quase sem liquidez vários Estados dos EUA, entre eles a Califórnia, a maior economia do país, que poderá ficar sem fundos para pagar os seus serviços públicos antes do final do mês
Os problemas de acesso ao crédito que afectam empresas e particulares, prejudicaram a capacidade económica dos gestores públicos, que já anunciaram subidas de impostos, despedimentos de funcionários e redução de custos nos investimentos em saúde e educação.
Segundo dados do 'Center On Budget and Policy Priorities', encontram-se na situação de fraca liquidez a médio prazo mais de metade dos estados, 29 dos 50 estados, uma realidade imediata que já atingiu a Califórnia.
O executivo do governador Arnold Schwarzenegger porá à venda na próxima semana um pacote de títulos do Tesouro, com vista a obter liquidez suficiente para cobrir os gastos diários, contudo a crise financeira poderá limitar os ganhos da operação planificada por este governo estadual.
John Chiang, analista económico independente do governo californiano, assegurou que o executivo poderá ficar sem liquidez a 29 de Outubro se a operação de títulos não surtir efeito.
Schawarzenegger já escreveu uma carta ao Departamento do Tesouro dos Estados Unidos a pedir para que lhe sejam emprestados 7.000 milhões de dólares de fundos federais e sair da situação de apuro.
No Tennesse, as autoridades prevêem uma redução de postos de trabalho governamentais de pelo menos de 2.000 pessoas.
No Ilinois foram reduzidos os fundos destinados à assistência infantil, saúde mental e outros serviços de jovens.
No Nevada, o estado dos casinos e onde o governo não tem impostos estaduais, as receitas projectadas para o exercício fiscal de 2008 baixarão face a 2007, ou seja, 12% no consumo, 31 por cento no caso das taxas referentes às transacções imobiliárias e 16 por cento nos lucros decorrentes do jogo, o que provocou a redução das despesas sociais relacionadas com saúde e infância.
Também um estudo do Rockefeller Institute of Government, os estados do Arizona, Califórnia, Florida, Michigan e Rhode Island são neste momento os que sentiram mais a crise financeira, ainda que se aponte os poblemas fiscais que estenderam de imediato ao Connecticut, Nova Jersey e Nova Iorque.
"Sol"
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