quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

ENTREGAR OS OBJECTIVOS INDIVIDUAIS SIGNIFICA MORRER NA PRAIA


Dada a quantidade de mensagens de professores angustiados com as pressões dos Conselhos Executivos e hesitantes quanto ao que devem fazer, e porque o tempo urge, envio estas considerações, que são, por enquanto, da minha exclusiva responsabilidade, agradecendo, desde já, a sua massiva divulgação.

ENTREGAR OS OBJECTIVOS INDIVIDUAIS SIGNIFICA MORRER NA PRAIA

· Significa aceitar que, no próximo ano lectivo, o modelo de avaliação imposto pelo ME se aplicará na sua versão integral.

· Significa conformar-se com a existência de titulares e de quotas.

· Significa colaborar na degradação da escola e da profissão docente.

· Significa desperdiçar toda a força acumulada nas grandiosas manifestações de 8 de Março e 8 de Novembro e nas extraordinárias greves de 3 de Dezembro e 19 de Janeiro.

Rejeitar o Modelo de Avaliação do ME

e continuar a contestação passa por

NÃO ENTREGAR OS OBJECTIVOS INDIVIDUAIS.

Mesmo correndo riscos, eles serão sempre insignificantes se comparados aos prejuízos provocados pela aplicação deste modelo, sobretudo tendo em conta que, neste caso, o risco será sempre muito limitado, porque:

· A entrega dos objectivos não tem carácter obrigatório, portanto, não dá lugar a qualquer sanção disciplinar.

· A não entrega dos objectivos não impede a continuação do processo de avaliação, já que a auto-avaliação é a primeira fase do processo, realizar-se-á no fim do presente ano lectivo e, apesar de ser meramente consultiva, é considerada um dever, tenha ou não se tenha apresentado objectivos.

· Os parâmetros da ficha do Presidente podem ser pontuados com ou sem objectivos definidos.

· A avaliação não terá qualquer efeito nos concursos para o próximo ano lectivo.

· As classificações inferiores a Bom, obtidas este ano, poderão ser corrigidas por uma avaliação extraordinária a realizar no ano seguinte.

Mesmo que assim não fosse, as consequências do não cumprimento da lei são sempre inversamente proporcionais ao número dos que não a cumprem. 140 mil processos disciplinares parariam o país mais rapidamente que o terramoto de 1755…

Por isso, a questão central, neste momento, é a seguinte:

VAMOS BAIXAR A CABEÇA E DEIXAR RUIR O QUE CONSTRUÍMOS, TÃO DURAMENTE? Não, Obrigado! Os professores com P grande e titulares em matéria de ética profissional vão mostrar a este governo intransigente e obstipado que a dignidade não tem preço.

Nota final: Nas escolas onde não for possível aprovar esta posição, isso não impede os colegas em minoria de afixar na sala de professores uma Declaração de não entrega de objectivos. A contabilidade da não participação neste modelo injusto far-se-á, não só pelo número de escolas, mas também pelo número de professores de todo o país.


Faria Pinto

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